Abstract
Neste artigo analiso alguns aspectos dos conceitos de ação e narrativa no pensamento de Hannah Arendt. Enfatizo a metamorfose operada pela narrativa que, na retrospectiva e por meio da imaginação, transforma a ação em estórias. Em especial, busco compreender por que Arendt afirma que as estórias são posteriores à ação e que é um equívoco tentar inverter essa ordem, sob a pena de eliminar a liberdade da ação. Baseio-me no capítulo sobre ação na obra “A condição humana” de Arendt e apresento alguns aspectos de seu texto sobre Karen Blixen, sob o pseudônimo de Isak Dinesen, publicado em “Homens em tempos sombrios”. Para aprofundar e ilustrar minha análise inicial, apresento e discuto, no final, o conto “A estória imortal”, de Karen Blixen, cujo enredo trata da tentativa pretensiosa de fabricar uma estória no mundo.