Abstract
Desde o lugar de nascimento da infância, este texto busca, através de Giorgio Agamben (2005), Heráclito (fragmento 52) e Paulo Freire (1982;1986; 2001; 2015), elucidar a coexistência entre infância e tempo. Desse modo, trabalha com a hipótese de que infância e tempo são indefiníveis conceitualmente e diluidoras da ideia de estabilidade, a qual escapa à compreensão de continuidade. É nesse sentido que o presente texto parte da leitura de que a infância é, fundamentalmente, condição de existência da história da humanidade, o que torna possível a passagem da língua ao pensamento e provoca a inventividade para todo estado de coisas. Para pensar a infância que está em questão neste texto, consideramos uma certa experiência do tempo diferente da experiência tradicional; fruto de uma compreensão concebida como cronologia e acabamento, presente nas diversas leituras feitas da infância. Ao colocarmos esses apontamentos, algumas perguntas impõem-se: existe algo como uma infância do pensamento? A insistência com a infância é uma forma de não renunciar a um novo conceito de experiência?