Abstract

O presente artigo pretende oferecer uma visão geral -embora sumária- da recepção de O Antigo Regime e a Revolução pela historiografia da Revolução Francesa, desde sua publicação até o contexto da celebração do Bicentenário de 1789. Procurou-se demonstrar como, a despeito de relevantes opiniões elogiosas e favoráveis da parte de eminentes historiadores e críticos literários, a célebre obra tocquevilliana enfrentou sérios desafios editoriais e ideológicos entre o momento de sua publicação, em junho de 1856, e o primeiro centenário de sua publicação. A partir da mudança dos ventos representada pelo pós-Guerra e, em grande medida, devido às importantes contribuições do eminente historiador republicano e socialista Georges Lefebvre, a obra histórica de Tocqueville passou a atrair uma crescente consideração dos historiadores profissionais e do grande público, a ponto de tornar-se um autor central na historiografia e no debate político contemporâneo a partir do Bicentenário da Revolução de 1789.