Abstract
Razão e liberdade são tidas como os princípios fundadores da sociedade industrial e tecnológica do capitalismo avançado. Para garantir a validação de seu discurso, a tecnologia dispõe de sofisticadas formas de controle, que atuam na consolidação da unidimensionalidade como elemento garantidor da coesão social e da manutenção do status quo. Para isso, o “ordenamento tecnológico” recebe o apoio de uma “coordenação política e intelectual”, que garantem a eficiência processual e a eficácia teleológica das diversas formas de controle da civilização industrial avançada. Este artigo tem como objetivo compreender e expor como para Marcuse, a sociedade do capitalismo afluente, com suas novas formas de controle, protagoniza a formação e consolidação da cultura da unidimensionalidade. Para tanto, a partir do método dialético do filósofo frankfurtiano, debateremos temas como, a contenção do pensamento crítico, condicionamento das necessidades humanas e a racionalidade tecnológica. No intercurso de nossa exposição mostraremos que por trás do discurso da liberdade, a nova sociedade industrial tecnológica, impõe suas formas específicas de controle sobre os indivíduos tendo como resultado a formação de um sistema social unidimensional, onde não há lugar para o pensamento crítico, tido como supérfluo. Pois, não só ameaça a atual compreensão de progresso tecnológico da sociedade unidimensional, como também é capaz de inverter a ordem do discurso estabelecido e desmontar toda e qualquer convivência social do atual status quo.