Abstract
A partir das noções de intelectual orgânico, clássico e revolucionário, tais como apresentadas por Sartre nas Conferências dadas no Japão em 1965 e em entrevista de 1970 (publicadas em conjunto em Situações VIII), pretendemos compartilhar questões sobre qual seria o papel dos intelectuais no mundo das redes sociais, e se ainda é possível pensar em alguma função. Em primeiro lugar, descreveremos a classe social a partir da qual o intelectual surge e quais são as contradições com as quais se depara e que desvela, sobre a sociedade e sobre si mesmo. Por fim, atualizando a questão sartriana, tal como o próprio filósofo fez com a noção de universal singular discutida a partir de Kierkegaard (no artigo L'Universel Singulier, publicado em Situações IX), traremos elementos que complexificam o alcance de seu papel e a esperança em sua efetividade, ainda mais quando os próprios intelectuais contribuem para a manutenção dos valores da classe dominante, mesmo que aparentemente sejam contrários a eles.