Abstract
O objetivo desse artigo é tentar compreender como se processa a percepção visual, segundo Aristóteles. Para alcançar tal propósito, avançarei a hipótese interpretativa segundo a qual a ocorrência da visão é o resultado de uma ‘duplicidade causal’, na qual estão necessariamente envolvidos tanto fatores materiais, correspondentes à causa material-eficiente, quanto fatores ‘não-materiais’, referentes à causa formal-final. A escolha por privilegiar essa ‘duplicidade causal’ se deve ao fato que a mesma parece estar em perfeita consonância com o hilemorfismo aristotélico, algo que parece ser escamoteado tanto na interpretação ‘literalista’, quanto na ‘espiritualista’.