Abstract
Um aspeto fundamental do modo de ser da nossa corporeidade complexa, sugerido na primeira parte deste trabalho pelo alinhamento da experiência do amputado com a experiência do luto, permaneceu aí implícito e não enfrentado, sendo agora o momento de o retomar: trata-‑se de saber que papel desempenha o corpo na própria origem da relação intersubjetiva -‑ ou, se quisermos, como pode contribuir para resolver o “problema da existência de outras mentes”. Voltando ao horizonte do projeto fenomenológico merleau-‑pontyano, a nossa questão de fundo será agora a de investigar em que medida é ainda através do modo de ser do corpo que a palavra “Eu” se pode “colocar no plural”.