La filosofia austriaca presenta tratti di originalità nei suoi esponenti: anzitutto B. Bolzano, F. Brentano e la sua scuola. Grazie all’influenza di Herbart essa rimane estranea all’idealismo e al neokantismo e sviluppa temi poi decisivi nel novecento come la fenomenologia e la filosofia analitica.

A filosofia francesa até Brunschvicg e Bergson está saturada de obras - do ensaio sobre a contingência de Boutroux até a questão das causas e da possibilidade de ação em Maurice Blondel - igualmente atormentadas pela questão da perfuração da vontade livre no cerne dos sistemas científicos e filosóficos ingleses e alemães. A própria França surge como a esperança de encarnar algum nicho de exceção na universalidade anglo-saxónica e germânica, entre as novas ciências da Natureza ou da cultura, de (...) qual ela não é mais o principal fornecedor. As obras espiritualistas francesas são frequentemente feitas de inversões de Kant ou Hegel, que encontram nas margens desses sistemas seu próprio centro. Portanto, eles se apegam à liberdade, à vontade da pessoa como a uma exceção de seus pensamentos, em torno do qual as filosofias francesas tentam reconstruir outra universalidade, nem a do conhecimento e da ciência, mas muitas vezes da ação. (shrink)

REVISTA EDUCAÇÃO E FILOSOFIA é uma publicação semestral do Departamento de Pedagogia da Universidade Federal de Uberlândia. Este número é o primeiro fruto de um sonho antigo e de um inconformismo com a falta de um veículo como este, entre nós. Pretendemos incentivar e divulgar trabalhos de natureza interdisciplinar nas áreas de Educação e Filosofia. Mas, se a Revista vier a ter uma linha preferencial — e isto depende muito mais dos nossos colaboradores, que da direção — essa (...) linha não será exclusiva nem excludente, pois a Revista estará aberta às mais diversas correntes de pensamento, não se fechando, pois, com quaisquer grupos. Isto é consequência de nossa visão de Universidade como lugar onde se deve estimular a heterogeneidade de tendências e o debate. Entendemos que uma filosofia que propugne posições dogmáticas inviabiliza o debate sobre seus próprios pressupostos, deixando de ser filosofia para tornar-se mera ideologia. Ademais, a discussão de questões de princípio tem razão de ser e há momentos em que apenas ela pode contribuir para a superação de impasses de ordem teórica ou prática, sobretudo nas ciências sociais; somente uma abordagem crítica — o que equivale a dizer: sem preconceitos — pode contribuir para os debates de questões fundamentais tanto para a filosofia, quanto para a educação, ou ainda quanto para uma filosofia de educação. A REVISTA EDUCAÇÃO E FILOSOFIA deve representar um fórum de permanentes debates aberto a todo educador, todo pensador e, sobretudo, a todo pensador-educador. Propomo-nos a acolher e divulgar contribuições que sintetizem os resultados de investigações empíricas e teóricas e de projetos práticos, preferencialmente, mas não exclusivamente, desenvolvidos na região do Triângulo Mineiro. Dentro do princípio de que o caráter objetivo e preciso do conhecimento científico não é incompatível com os conformismos diante das injustiças de toda ordem, pretendemos, ainda, ser um estímulo aos balanços críticos. A REVISTA EDUCAÇÃO E FILOSOFIA é a soma do que temos e somos, mas será um veículo para atingirmos aquilo que queremos ser e ter. Deverá abrir caminho para a reflexão filosófica, a reflexão sobre educação, a reflexão sobre o ensino da filosofia e possibilitará o diálogo com os pensadores e educadores presentes e pretéritos visando à construção do futuro. Nós não teríamos sido justos se olvidássemos o empenho da professora Carmelita Vieira dos Santos, chefe do Departamento de Pedagogia para que, diante de tantos cortes de recursos, fossem mantidos aqueles destinados à revista. Nossos agradecimentos também à professora Marly Bernardes de Araújo, diretora do Centro de Ciências Humanas e Artes. Ao Conselho do Departamento de Pedagogia, nossa gratidão por ter acolhido a Revista. (shrink)

Editorial de apresentação da Logeion: Filosofia da Informação.

Resumen:Juan José Fuentes Ubilla nació el 6 de septiembre de 1979 en la ciudad de Santa Cruz. Fue estudiante, ayudante y luego profesor del Departamento de Filosofía de la Facultad de Filosofía y Humanidades de la Universidad de Chile. Fue ayudante de la profesora Patricia Bonzi, con quien se formó en filosofía contemporánea y especialmente en la fenomenología de autores como Lévinas y Arendt. Ayudante del profesor Arturo Fontaine y luego profesor del curso de Filosofía Medieval. Ayudante y luego coinvestigador (...) del profesor Humberto Giannini en el proyecto Fondecyt “El horizonte ético-político del perdón de la promesa: claves para una ética del conflicto”. Realizó su especialización de posgrado en estudios medievales, especialmente en los estudios de la tardoantigüedad, la influencia y el conflicto entre helenismo y cristianismo primitivo. Obtuvo su máster en Filosofía, mención Historia de la Filosofía en la Universidad Paris IV (Sorbonne). Continuó su formación de doctorado en Ciencias de la Religión y Sistemas de Pensamiento, en la École Practique des Hautes Études, bajo la dirección de Andrei Timotin. (shrink)

Datos de las/los autores que colaboraron en el Año XXIII, Nº 26 (enero-diciembre 2022), de Páginas de Filosofía.

Sumario del Año XXIII, Nº 26 (enero-diciembre 2022), de Páginas de Filosofía.

In the first part of this paper I critically examine some of the main interpretations of “classical” Yogācāra philosophy of Maitreya, Asaṅga and Vasubandhu. Among these interpretations, based on extant textual and contextual data, I consider philologically unlikely both metaphysical-idealistic readings, which ascribe to these authors the view that ultimate reality is a mental or subjective stuff, and epistemological-idealistic readings which advocate that either Yogācāra suspends judgment on the existence of the extramental or that it maintains that the extramental exists (...) in itself and ultimately. Instead, I consider more likely the thesis that classical Yogācāra upholds an epistemological idealism that, while admitting epistemological priority of the mental over the extramental, rules out the ultimate existence of both the former and the latter. This exclusion, however, does not amount to the exclusion of every metaphysics, but rather to the adoption of a metaphysics of emptiness conceived, in fact, as absence of the mental/extramental dichotomy. In the second part of the paper this reading of classical Yogācāra is compared with the interpretation of Nāgārjuna’s philosophy that I elsewhere called “realistic antimetaphysical”, and I reach the conclusion that, while with respect to epistemology between early Madhyamaka and classical Yogācāra there is continuity, regarding metaphysics these two schools are deeply distinct and discontinuous: while Nāgārjuna conceives of emptiness as an extinction of any metaphysical view, Yogācāra emptiness actually presents itself as a metaphysical point of view. (shrink)

Normas de publicación para lxs autorxs interesados en remitir sus originales para su evaluación por Páginas de Filosofía.

Sumario del Año XXV, Nº 28 (enero-diciembre 2024), de Páginas de Filosofía.

Normas de publicación para lxs autorxs interesados en remitir sus originales para su evaluación por Páginas de Filosofía.

O Grupo de Trabalho Filosofar e Ensinar a Filosofar da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) surgiu em 2006 e vem se consolidando através de reuniões anuais, publicações, circulação de informações e debates em sua lista eletrônica. Nesta entrevista conferida à RESAFE, Filipe Ceppas, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colaborador do Programa de Pós-graduação da Universidade Gama Filho (UGF) e atual coordenador do GT Filosofar e Ensinar a Filosofar, descreve alguns dos principais desafios do (...) ensino de filosofia na atualidade, reflete sobre o lugar do pensamento filosófico-educativo na academia, provê um relato da história do GT e de suas próprias investigações como pesquisador da área. (shrink)

In lieu of an abstract, here is a brief excerpt of the content:BOOK REVIEWS 279 shirted gangsters of the totalitarian regimes. Only gradually did Sorel come to seek his paragons of virtue among the proletariat, partly because of his disillusionment with Jean Jaur~s over the Dreyfus case. Sorel had been one of the first to champion Dreyfus, but felt that demagogues had transformed the latter's cause into a new dogmatism and a new establishment. Sorel was genuinely concerned about some of (...) the deepest problems facing modern industrial man. He could not believe that they could be solved, either by "demagogic plutocracy" or by orthodox Marxism. Hence he sought to synthesize Vico, Proudhon, Marx, and Bergson in a new movement that should be both liberal and revolutionary and heroically virtuous. The strongest influence upon his thinking, says Goriely, came from Vico, from whom he borrowed "the fundamental idea of his whole work: "Man does not know what he does' " (105). History can therefore be rational only after it has happened: "The future is the field in which we use our imaginations, not our understandings" (109). That Sorel anticipated many twentieth-century developments in philosophy and politics, there can be no doubt. The author says that he was "the first philosopher in France who sought not only to locate man in history and society, but also to locate history and society in man, to give them a significance which may be called existential" (148). Before William James's pragmatism reached European shores, Sorel had made such statements as "Science is a means of verifying the possibility of acting in a certain manner." 1Even some of his pessimistic fears anticipated such developments as Burnham's "managerial revolution," at the same time that he welcomed the growth of industrial techniques in other hands (155). Professor Goriely's careful tracing of Sorel's profusion of suggestions for the ethical redemption of mankind in a machine age reveals the unreconciled contradictions in his pluralism. In the R~[lexions he could resolve the conflicts of myth versus utopia, force versus violence, liberalism versus absolutism, says Goriely, only "'by a conceptual jugglery.., which sets the mind's teeth on edge rather than stimulates it" (200). Caught between the poles of an attachment to historical tradition and to liberty, Sorel celebrated the constant tension between the two. Man lives only to create; he "has no other end than the creative ~lan itself. Born of liberty, history can never block its course.., it is always a point of departure toward the future.... Human institutions, the products of an infinity of obscure causes, never realize any universal moral principle. They live in the relative, which man ought to accept with moderation and a sense of the limits of the possible, without ever losing the sense of the unlimited" (222). HAROLD A. LARRABEE Union College 1Georges Sorel, "Storia e scienza sociale," Rivista itallana di sociologia, March-June, 1902,p. 224. Storia Della Filosofia: La Filosofia del Novecento. By E. Paolo Lamanna. Intuizionismo, filosofia dell'azione e modernismo--Prammatismo--La problematica della scienza--La problematica della storla. (Firenze: Felice Le Monnier, 1963. 671 pp. 3800 L.) This first of three volumes describing the philosophies of the twentieth century, and the fifth volume in Lamanna's History of Philosophy, is truly a monumental and encyclopedic work. In this volume alone there are concise, clear, scholarly expositions of the important ideas of more than fifty philosophers, including biographical information and bibliographical references. The style is exceptionally intelligible and the organization of even complicated materials is well defined with good headings and with definitions that are intelligible 280 HISTORY OF PHILOSOPHY even to a layman. The work is not only very informative but amazingly objective and dispassionate. And despite its disinterestedness it is highly interesting, for it succeeds in presenting each philosopher's ideas as one imagines he would like to present them himself, sympathetically and persuasively. One leaves the book after reading about the achievements of our own little century marvelling at the variety and range of recent achievements. For over and above our follies and horrors, these thinkers emerge as men trying hard and ably to be sane and tell the truth. Lamanna himself emerges as a mind with an extraordinary critical ability to... (shrink)

Resumo: Este artigo interroga a consolidação da pesquisa em ensino de Filosofia no Brasil nas últimas décadas, em torno da perspectiva de se tomar o ensino de Filosofia como problema filosófico. Contextualiza o campo de disputas e debates sobre o ensino de Filosofia na educação básica como pano de fundo para estas pesquisas. A partir das reflexões de Michel Foucault sobre a disciplina e seu poder de seleção e organização dos saberes, introduz a noção de “campo disciplinar” (...) para defender que houve um bom desenvolvimento das pesquisas no país, na interface da Filosofia com a Educação, que possibilitou a emergência e certa consolidação de um campo disciplinar, que tem produzido saberes em torno do ensinar Filosofia nos diversos níveis escolares e acadêmicos. Palavras-chave: Disciplina; Campo Disciplinar; Pesquisa; Filosofia; Foucault Research in Philosophy teaching: a disciplinary field? Abstract: This article questions the consolidation of research in Philosophy teaching in Brazil in recent decades, around the perspective of taking the teaching of Philosophy as a philosophical problem. It contextualizes the field of disputes and debates about the teaching of Philosophy in basic education as a background for this research. Based on Michel Foucault’s reflections on discipline and its power to select and organize knowledge, it introduces the notion of “disciplinary field” to argue that there was a good development of research in the country, in the interface between Philosophy and Education, which enabled the emergence and some consolidation of a disciplinary field, which has produced knowledge about teaching philosophy at different school and academic levels. Keywords: Discipline; Disciplinary Field; Research; Philosophy; Foucault Investigación en enseñanza de la Filosofía: ¿un campo disciplinar? Resumo: Este artículo cuestiona la consolidación de la investigación en la enseñanza de la Filosofía en Brasil en las últimas décadas, en torno a la perspectiva de tomar la enseñanza de la Filosofía como un problema filosófico. Contextualiza el campo de disputas y debates sobre la enseñanza de la Filosofía en la educación básica como trasfondo de estas investigaciones. A partir de las reflexiones de Michel Foucault sobre la disciplina y su poder para seleccionar y organizar el conocimiento, introduce la noción de “campo disciplinar” para argumentar que hubo un buen desarrollo de la investigación en el país, en la interfaz entre Filosofía y Educación, lo que posibilitó el surgimiento y cierta consolidación de un campo disciplinar, que ha producido conocimientos sobre la enseñanza de la filosofía en diferentes niveles escolares y académicos. Palabras clave: Disciplina; Campo Disciplinar; Investigación; Filosofía; Foucault Data de registro: 20/01/2023 Data de aceite: 21/02/2024. (shrink)

In this paper, we will consider the theoretical aspects of Leibniz’s thought on infinitely small and infinite quantities in the context of the natural philosophy developed by him in the Parisian period. We will hold that in the texts of this period an attempt of problematizing concepts of infinitary mathematics is found, which is not in the strictly mathematical texts. In this perspective, we also propose that there is in Leibniz a “double methodological record” concerning the question of the infinity (...) and of the infinitesimal. As a mathematician, Leibniz is concerned about technical questions related to the construction of the infinitesimal calculus, in its different aspects, without be concerned about the philosophical challenges its adoption implies. However, as a philosopher and a metaphysician, Leibniz is obliged to deal with epistemological and ontological problems that emerge from the adoption of technical resources in matters of infinitesimal mathematics. (shrink)

En este texto intento analizar la relación de Roland Barthes con la filosofía, tal como aparece en sus obras. Trato de responder dos preguntas: ¿es Barthes un filósofo? ¿Es su obra filosofía? Por medio de un examen panorámico de sus escritos, muestro como sus obras están hechas de filosofía, clásica y contemporánea. Y señalo que el propio Barthes, al final de su carrera, se presentaba a sí mismo como filósofo.

Nas primeiras duas seções deste artigo, apresento alguns dos argumentos que os filósofos budistas indianos Nāgārjuna (ca. séculos II-III) e Vasubandhu (ca. séculos IV-V) usam para mostrar a insustentabilidade lógica dos fenômenos, respectivamente, do movimento e da existência de objetos externos/extramentais. A lógica desses argumentos é comparável à lógica que Zenão de Eleia utiliza nos seus paradoxos contra o movimento e a multiplicidade – e, de fato, no interior dos estudos budológicos contemporâneos, essa comparação já foi sugerida. Na terceira seção, (...) entretanto, pretendo mostrar que os objetivos filosóficos mais imediatos desses três pensadores divergem e são inconciliáveis: enquanto Zenão critica o movimento e a multiplicidade para demonstrar a plausibilidade dos atributos da imobilidade e da univocidade do Ser parmenídico, os paradoxos de Nāgārjuna e Vasubandhu devem ser entendidos no âmbito de projetos filosóficos que, em continuidade com o ensinamento budiano do caminho do meio, pretendem ficar equidistantes das categorias do “ser” e do “não-ser”, evitando ambas. Finalmente, na quarta e última seção, defendo a tese de que os objetivos últimos dos Eleatas e aqueles dos dois filósofos budistas voltam a ser parecidos: Parmênides e o Buda, como também seus respectivos epígonos, buscam promover nos seus seguidores uma “revolução epistêmica” que consiste na passagem de uma visão ordinária da realidade a uma compreensão extraordinária ou suprema, coincidente com a realidade em si e, portanto, verdadeira em última análise. (shrink)

Literatur (Dichtung) und Philosophie treffen sich im Worten, als Wort. Beiden Worte des Denkens, d. h., des Sehens der Wirklichkeit in ihre Errichung oder Gründung. Der Dichter João Cabral de Melo Neto wird als Muster einer Dichtung genommen, die, als und aus Wort, will es “sichtbar machen” (P. Klee) oder “donner à voir” (P. Valéry). So geschiet auch eine ungewönhliche Sprach- und Wirklichkeitserfahrung!

AUTORES Agnaldo Cuoco Portugal | Aires Almeida | António Zilhão | Célia Teixeira | Desidério Murcho | Iñigo González Ricoy | João Cardoso Rosas | Manuel García-Carpintero | Mathias Thaler | Pedro Galvão | Ricardo Santos | Sara Bizarro | Sofia Miguens | Susana Cadilha | Teresa Marques Sobre os autores Os autores deste livro partilharam o objetivo de conceber um guia de estudo para a Filosofia estruturado tematicamente – i.e. em função de questões, perspectivas e argumentos, sem qualquer (...) preocupação primariamente histórica. Nos onze capítulos que compõem o presente volume, encontramos assim um mapa conceptual da Filosofia que cobre não só as suas disciplinas principais, mas também muitas das suas áreas mais especializadas. Cada capítulo é autónomo, pode ser compreendido sem se recorrer a outros capítulos. O desafio que todos os autores enfrentaram foi o de apresentar uma determinada disciplina filosófica com clareza, rigor e concisão – três características difíceis de conciliar, sobretudo quando se aspira ainda a uma grande abrangência temática. No final de cada capítulo, o leitor poderá encontrar informação bibliográfica actualizada e apropriada para aprofundar o seu estudo. (shrink)

Pretendemos analisar alguns trechos da ètica para buscar compreender uma célebre indagação espinosana: o que pode um corpo? Tradicionalmente, é a mente que governa o corpo. Tudo o que surge como criação ou inovação segue-se de uma ação da mente sobre o corpo. Não sendo este mais do que o lugar das relações necessárias, mecânicas ou, ainda pior, o lugar dos pecados, a liberdade não viria senão da sujeição do corpo pela mente. Esta não seria ativa senão na medida em (...) que aquele fosse passivo. Com Espinosa, esse tradicional ponto de vista é inteiramente invertido e é esta inversão que acaba por dar sentido à questão "o que pode um corpo?". Com Espinoza, corpo e mente deverão ser ativos juntos ou passivos juntos. O corpo ocupa um lugar proeminente. Será ele também capaz de criação. Será ele um dos fulcros da liberdade. Eis o trabalho que procuramos empreender neste artigo. E, se muito já se escreveu sobre como, no século XVII, o corpo deixa de ser o lugar das doenças e pecados para tornar-se o lugar das relações necessárias e mecânicas, a inovação espinosana está justamente em ir para além do corpo-máquina. Contudo, o alcance desta empresa está estreitamente vinculado a certa tradição de comentadores que defendem o paralelismo na relação corpo e mente. A reflexão acerca do paralelismo faz-se portanto necessário para compreender como o sentido desta indagação espinosana suscita o desvelamento de todo um horizonte que se abre, finalmente, para o corpo e a liberdade. (shrink)