Abstract
Partindo de uma visada crítica das chamadas “teorias políticonormativas”, este artigo rediscute a questão das relações entre política e moralidade sob regimes democráticos e explora a hipótese de que o esforço mesmo de realização de seus valores fundamentais, ao produzir efeitos não intencionados – um “excedente de sentido” – induz esses regimes a um movimento de fuga da moralidade. Movimento contraditório, apto a produzir um mal-estar difuso com a própria democracia. Contudo, o artigo explora a hipótese complementar de que é exatamente por meio dessa contradição que emergem as possibilidades de um campo próprio da ação política. Palavras-chave: Moralidade. Excedente de sentido. Política democrática.