Abstract
Abordaremos, neste artigo, a conexão entre ser no mundo e mundo vivido, tendo como foco de nossa investigação o sentido de corpo próprio para Merleau-Ponty. Em outros termos, o que iremos expor aqui é o modo como o sujeito está situado no mundo pelo corpo e pelas suas ações intencionais. Destacaremos a noção de perspectiva como experiência fundante da percepção do corpo que “vê” e “se vê” ao mesmo tempo. Nesse sentido, o corpo, por sua vez, não pode ser reduzido a um mero objeto de estudo a ciência positiva. Tal corpo é, ao mesmo tempo, tocante e tocado, que sente e é sentido. Ele é, neste emaranhado de passividades e atitudes, uma mescla de afetar e ser afetado. Pois, de um só golpe, nosso corpo é coisa e sujeito. Sendo assim, a nossa visão perspectivista sobre algo é de tal modo que conseguimos ultrapassá-lo por meio dos movimentos intencionais que nos possibilita considerar o objeto a partir de certos ângulos e com infinitas possibilidades de aparições.