Abstract
[…] Desde sua mais remota época a filosofia do ocidente se ocupou com a problemática expressa por um par de conceitos: os conceitos da permanência e da mudança. Conceitos opostos, mas que para nós humanos, apenas são concebíveis, psicologicamente captáveis, passíveis apenas de definição por um movimento, que refere um ao outro. De fato: por um lado, aquele que afirma a permanência, suprime no mesmo ato a ideia secular de tempo, a ideia do tempo trifásico: o tempo passado, o tempo presente e o tempo futuro. Pois para o que permanece, não se altera, não há diferença entre o hoje e o amanhã, entre estes e o ontem. A permanência passa, por assim dizer, intocada pelo tempo, tem a propriedade de ignorá-lo de fato. Por outro lado, é impossível concebê-la, isolá-la como conceito, fora de um movimento, que a contrapõe aos processos da mudança. Sejam eles marcados positivamente, os de natureza evolutiva, sejam eles os da degenerescência. Também assim, a consciência da mudança: ela nasce a partir do momento em que sua negação torna-se concebível. […] Palavras-chave: Tradição; Tradição filosófica; Idade média; Ocidente; Tempo.