Abstract
Hannah Arendt é o tipo de filósofa que pode ser chamada de versátil, devido às
diferentes áreas sobre as quais ela se debruça, além de reivindicar para si não o título de
filósofa, mas de teórica política. Dentro desse percurso, de pensar uma Teoria política,
Arendt trata de um dos assuntos mais relevantes em seus escritos e revela sua
preocupação em oferecer para o mundo uma geração de novos seres humanos, capazes
de pensar de maneira crítica e refrear o mal. Em A Crise na Educação é que se
desenvolve a questão. No entanto, como trata-se de educação infantil, ela defende um
tipo de abordagem meramente conteudista. É nesse sentido que este artigo pretende
recorrer à filosofia socrática, uma vez que as crianças ainda não são capazes de exibir
pensamento crítico, devido à falta de experiência e maturidade, os adultos têm uma
função de suma importância no quesito pedagógico. E, embora o próprio Sócrates não
tenha atribuído para si a insígnia de detentor de qualquer sabedoria e doutrina, algo que,
certamente, ele deixou de herança para a humanidade é a análise das crenças individuais
e coletivas, além da busca por definições éticas que pretendem ser universais. Portanto,
adultos conscientes e formalmente educados, com juízo crítico, seriam mais capazes de
selecionar o tipo mais adequado de educação para a formação sociocultural das crianças
e jovens, formando um tipo de legado responsável pela atuação e preservação do
mundo.