Uma Batalha Urbana: Poder e resistência na cidade do Rio de Janeiro
Abstract
Compreende-se, neste trabalho, que a interação entre as formas de poder conhecidas como poder soberano, biopolítica e noopolítica não podem ser subsumidas a uma única forma específica nem ter alguma delas como um paradigma subjacente às demais. São exemplos de tal interação as ações urbanas empreendidas pelo prefeito do Rio de Janeiro no início do século XX, Pereira Passos; assim como as transformações vigentes para adequação da cidade aos grandes eventos, Olimpíadas e Copa do Mundo, e os desalojos do coletivo Guerreiros Urbanos – seja por meio da polícia soberana, seja por meio do poder jurídico de produção da verdade. Estas ações incidem negativamente sobre formas de vida específicas, aquelas dos cortiços, das favelas e das ocupações urbanas, tendo como justificativa o “interesse da cidade”; ou seja, o que é e o que deveria ser a cidade de modos de vida hegemônicas. Portanto, busca-se o entendimento da ação dos poderes, para assim compreender e apoiar as formas tanto de resistência como de invenção e reinvenção de formas de vida na cidade, estejam elas nas favelas ou nas ocupações urbanas.