Abstract
A intenção do trabalho é comparar os sentidos atribuídos ao virtual nas obras O que é o Virtual? (1995) e Cibercultura (1997) do filósofo francês Pierre Lévy. Para tal tarefa foi utilizada a metodologia da filosofia analítica da linguagem para distinguir os possíveis significados e sentidos que o termo virtual pode possuir. Na obra de 1995 o virtual é entendido então como potência, oposto ao atual, não ao real. Na obra de 1997 o virtual passa a ter ao menos três sentidos: o comum, o filosófico e o tecnológico. Numa escala de virtualidade, estes sentidos se desdobram em cinco posições, sendo o mais forte a Realidade Virtual e o mais fraco o do Senso Comum. A análise mostrou que o sentido de virtual atribuído em 1995 perde poder explicativo na obra de 1997 por desconsiderar o processo de digitalização como fator fundamental para a geração de elementos virtuais. A conclusão é que o conceito de 1995 é tão amplo que se torna estéril quando se trata de explicar as novas tecnologias da informação e comunicação, por isso ele é relegado a penúltimo lugar na escala dos sentidos do virtual na obra de 1997.