Abstract
Com o Sensualismo criam-se condições para uma nova estética, sensível e sensacionalista, que vai transformar as diversas artes (Literatura, Pintura, Escultura) e trazer consigo novas formas de espectáculo: o panorama, a fantasmagoria e o diorama (este, já no início do século XIX). O Eidophusikon, dispositivo de criação e ampliação (sensurround) de novas imagens – um híbrido de teatro e pintura, criado por Philippe de Loutherbourg entre 1781 e 1782 –, insere-se nesse processo e, com a fantasmagoria de Robertson (no final do século XVIII, em França), constitui uma das modalidades do que hoje designamos por pré-cinema. No entanto, apropriando-se das novas condições de representação e de percepção do teatro introduzidas por David Garrick em Drury Lane – que promovem a “absorção” do espectador naquilo que vê em palco –, o Eidophusikon de Loutherbourg (ele próprio, pintor) pode ser considerado um elo em processo da nova concepção de pintura de Diderot – da qual a “promenade Vernet” do Salon de 1767 constitui como que a actualização por escrito.