Abstract
O ensaio se ocupa em mostrar como se manifestaram os ideais educacionais em relação às brincadeiras na modernidade, identificando Fröebel como o principal referente teórico nesse âmbito. Veremos em Fröebel como as ideias do brincar são importantes para a sociedade e para as escolas modernas, e como podem funcionar nos modos se subjetivação infantil. Fröebel enfatiza a necessidade de organizar o cotidiano de forma estruturada, partindo do cotidiano, que envolve todas as atividades das crianças na instituição, o que revela uma preocupação com o tempo. O espaço e o tempo também são modos de controle do brincar. Quanto mais o espaço é definido, mais podemos vigiá-los, observar como brincam, como se manifestam e reagem. Do mesmo modo isso se dá em relação ao tempo, quanto mais estrita a programação, mais controle se tem sobre os corpos. Por fim, realizamos uma tentativa de pensar o brincar como forma de resistência a formas disciplinadoras, mostrando que, onde há poder (modos de conduzir o brincar como algo que tem finalidade pedagogizante) há resistência (o brincar como ato de fruição, sem utilidade), apontando acerca da despedagogização do ato de brincar.