Linguagem e denúncia da interioridade em Nietzsche e nas Investigações Filosóficas de Wittgenstein

Trans/Form/Ação 45 (1):193-214 (2022)
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Abstract

Resumo: O presente artigo pretende trazer à luz a convergência entre dois modos divergentes de superação do paradigma por excelência da filosofia moderna, qual seja, o da interioridade do sujeito, como pedra de toque epistemológica. Mais precisamente, pretende-se evidenciar o rito de passagem de um filosofar moderno para o contemporâneo, segundo a vertente que se convencionou chamar de “filosofia continental”, a aqui ser visitada com Nietzsche - equacionada a uma hermenêutica -, e a “filosofia analítica” ou “anglo-saxônica”, a aqui ser visitada com o Wittgenstein dos §§ 143-178 das Investigações filosóficas -, equacionada a uma filosofia da linguagem. Em um e outro caso, cada qual à sua maneira, vai se pôr em questão o que até então se tinha como consciência pensante, transparente a si mesma e com acesso a seus próprios fundamentos e conteúdos, ou, então, uma interioridade, a qual, por um viés o mais das vezes mentalista, associa significado a entidades ou processos mentais. Desse modo, sujeito e pensamento, em vez de tomados por núcleos duros, passam a ser desvelados como funções das condições que os suscitam - de sobrevivência, no caso de Nietzsche, de condições práticas, ou seja, do uso, no caso de Wittgenstein.: The purpose of this article is bringing to light the convergence between two diverging modes of overcoming the very paradigm of modern philosophy, namely, the interiority of the subject as an epistemological milestone, and thus emphasizing the rite of passage from a modern philosophizing to a contemporary one. This process will be addressed according to the strand known as “continental philosophy”, with Nietzsche, equated with a hermeneutics, and to the “analytical philosophy” or anglo-saxon philosophy, with Wittgenstein, equated with a philosophy of language. In both cases we will put into question the conditions underlying the thinking consciousness, transparent to himself and with access to his own grounds and contents, and an interiority approached most of times by a mentalistic bias, that relates meaning to entities or mental processes. In this way, subject and act of thinking, instead of being taken as a core, are unveiled as functions of their very conditions - condition of survey, for Nietzsche, conditions of practical experience, for Wittgenstein.

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