Abstract
A Fórmula Porchat — ou seja, a intuição de um conflito das filosofias de caráter indecidível – possui papel tanto propedêutico quanto compulsório para um tratamento não dogmático da história dos sistemas filosóficos. Ao mesmo tempo em que reconhece tal papel, o presente artigo pretende indicar o caráter problemático da correspondência entre “conflito das filosofias” e “indecidibilidade filosófica”. Para tal, sustenta que o sentimento de indecidibilidade filosófica tem como referência impensada uma nostalgia da decidibilidade. O artigo sugere, ainda, o abandono do tema da indecidibilidade, como um falso problema filosófico, e sustenta a necessidade de considerar os efeitos da prática filosófica sobre a configuração da vida comum e de tomar tais efeitos como formas de decidibilidade. Para tal é necessário considerar a atividade filosófica como inscrita no campo maior da manufatura da experiência humana.