Abstract
Nesse artigo articulamos um diálogo entre E. Levinas e A. Badiou em torno da possibilidade de uma ética na conjuntura pandêmica global. Apresentamos as propostas levinasianas de uma ética do rosto e uma ética do acolhimento analisando sua impossibilidade diante da necessidade de máscaras e do isolamento. Em seguida, verificamos a hipótese de Badiou acerca de uma ética das verdades, argumentando como, diante do acontecimento coronavírus, ela se desenvolve em uma ética do recolhimento. Assim, a ética do recolhimento se torna adequada para a situação de pandemia porque mantém a fidelidade à verdade do acontecimento e possibilita a acessibilidade posterior ao rosto e ao acolhimento.