Abstract
Este texto reflete sobre possibilidades de educação estética na universidade como necessidade premente à formação inicial de docentes, mais especificamente de pedagogos, no sentido da ampliação e do aperfeiçoamento de sua percepção estética, aliadas ao desenvolvimento de uma postura atenta aos contextos sócio-históricos vivenciados. Nessa direção, problematiza sobre quais dispositivos pedagógicos podem ser acionadores de impulsos lúdicos na formação de docentes, sob a luz das concepções de Schiller. Dentre outras contribuições teóricas, o texto cita ainda Freire, que tece importantes considerações sobre as relações entre estética e ética na formação de professores, e que, a nosso ver, o aproxima das ideias de Schiller; Snyders, que trata do espaço universitário como locus privilegiado para se gerar a alegria cultural, energia necessária à aprendizagem diversificada e enriquecedora do repertório científico-cultural dos estudantes; Moraes e Therrien que refletem sobre a necessidade de ampliação do repertório cultural dos docentes; e Moura que aponta à maleabilidade pedagógica do professor como exigência de um perfil flexível e complexo. O trabalho constitui um estudo bibliográfico imerso no campo da filosofia da educação, guiado, entretanto, por reflexões amparadas em experimentações estético-pedagógicas vivenciadas, em processos de formação inicial docente, no âmbito de uma universidade pública estadual brasileira. Com o estudo, infere-se que à universidade cabe o papel decisivo de garantir e estimular o acesso a experiências estéticas que tanto ampliem o repertório artístico-cultural de estudantes como também neles favoreça a criação de impulsos lúdicos, tornando-os mais perceptivos e criativos, sendo que isso se materializará por meio de proposições curriculares de cada curso, aliadas às condições estruturais concretas dessa universidade. Palavras-chave: Educação estética. Impulsos lúdicos. Universidade. Formação de docentes. Pedagogia.