Abstract
Em face de uma possibilidade real de calamidade na saúde pública, junto com uma possível crise econômica posterior, muitas reflexões de fundo ético sobre políticas públicas surgem: devemos estabelecer limites econômicos flexíveis para combater o coronavírus? Até que ponto podemos restringir a liberdade de agrupamento na pandemia? É eticamente aceitável aumentar o risco do grupo mais vulnerável em prol de um melhor equilíbrio da economia? A resposta a tais questões envolve noções de éticas e políticas muitas vezes antagônicas. Tomando por base as teorias de filósofos modernos e contemporâneos consagrados – como Rawls, Sandel, Mill, Adorno e Horkheimer –, propomos na sequência uma reflexão sobre o conceito de justiça social a fim de analisar a seguinte questão: afinal, qual fundamento devemos tomar para avaliar como sendo justas as ações públicas em tempos de pandemia?