Abstract
No contexto da recepção e da transformação do "platonismo" na Filosofia Patrística oriental, o presente artigo examina de que modo Gregório de Nissa (ca. 335-ca. 394), em sua obra De anima et resurrectione, assume categorias filosóficas, especialmente as do Fédon de Platão, para fundamentar a sua crença na ressurreição dos mortos. Segundo o artigo, o Diálogo de Gregórío de Nissa pode ser considerado como uma transposição do Fédon de Platão para uma linguagem de cunho cristão. Mostra-se, com efeito, de que modo a analogia entre os dois diálogos é inequívoca quando se trata da questão da imortalidade da alma: a alma é uma essência inteligível e invisível e tem uma natureza totalmente oposta à do corpo (cf. Patrologia Græca 46, 36 a 13-14 e Fédon 80 b). /// The aim of the present article is, in the context of the reception and transformation of "platonism" in the philosophy of the Church Fathers, to examine the way in which Gregory of Nyssa (ca. 335-ca.394), particularly in his work De anima et resurrectione, appropriates certain philosophical categories, especially derived from Plato's Phaedon, in order to ground his belief in the resurrection of the dead. According to the article, the dialogue by Gregory of Nyssa can be considered as a transposition of Plato's Phaedo into a Christian language. In fact, the article shows that the analogy between the two dialogues is unmistakable when it comes to the question about the immortality of the soul: the soul is an intelligible essence and invisible and is endowed with a nature totally opposite to the one of the body. (cf. Patrologia Græca 46, 36 a 13-14 e Phaedo 80 b).