Abstract
O objectivo deste artigo é a exploração de duas perspectivas contrastantes das teses de Leibniz sobre a Vida Feliz: numa, a felicidade depende da razão iluminada e da compreensão. A razão e a sabedoria são os verdadeiros fundamentos da felicidade, e se alcançarmos essa “Ciência da felicidade”, encontrá-la-emos, sem qualquer dúvida. A outra perspectiva apresenta-nos a finitude humana, a confusão que rege muitas vezes a própria vida, a fraqueza da vontade e os limites da razão, como obstáculos para a felicidade e a tranquilidade. Efectivamente, a verdadeira felicidade só se pode encontrar na “delectatio in felicitate alterius”, em suma, no amor a Deus. Estas diferentes perspectivas podem entender-se como o contraste entre uma felicidade ideal que todo o homem deseja e a realidade da condição humana e da sua indigência.