Abstract
Este artigo discute a experiência do Instante (Augenblick) à luz da ontologia da subjetividade desenvolvida por Kierkegaard, Nietzsche e Heidegger. O trabalho propõe que o Instante constitui uma experiência concreta de ruptura que tem como fundo e correlato a mediania pública niveladora. No Instante, instala-se a angústia que revela o domínio do público sobre a subjetividade (como publicidade, niilismo e domínio técnico). Ao mesmo tempo, revela-se a possibilidade de recuperação do ser si mesmo (Selbst) mais próprio na singularidade. Conversão, superação, apropriação ou fuga para a impessoalidade constituem possibilidades abertas no Instante. Nesse horizonte, o artigo oferece elementos para a compreensão da experiência que se nomeia com a noção de Instante e sua pertinência para pensar uma ética da singularidade.