Abstract
Este artigo tem como objetivo tratar dos Ensaios de Michel de Montaigne a partir de uma perspectiva que leve em conta a íntima relação entre o pensamento filosófico e a sua expressão literária. Parte-se da suspeita de que há, na própria criação ensaística, um conteúdo filosófico cético, que é próprio deste autor. Neste sentido, o ensaio como gênero literário já não seria apenas o exercício livre do pensamento, mas constituiria a forma que exprime, da melhor maneira possível, os efeitos causados pela “crise pirrônica” e, em especial, a constatação filosófica do caráter relativo do conhecimento humano.