O artigo defende uma proposta filosófica neopirrônica, que se entende como inteiramente adequada às necessidades filosóficas do homem contemporâneo. O texto é diretamente inspirado na obra de Sexto Empírico e procura investigar as ricas potencialidades da noção pirroniana de fenômeno, uma vez restabelecido o seu sentido originário na obra de Sexto.

Em resposta a críticas dirigidas contra a postura neopirrônica defendida pelo autor em artigo anterior (Porchat 3), mostra-se que elas provêm de uma incompreensão básica da noção de fenômeno no ceticismo grego.

Neste texto examino algumas consequências da afirmação de Porchat de que o fenômeno no neopirronismo não precisa ser precisamente definido. Ao deixar o fenômeno variar ao sabor das circunstâncias, a abordagem de Porchat então parece deixar um dos elementos da dupla articulação que forma a epokhé neopirronista — a aceitação do fenômeno sem que ele comande crenças e que forma um par com a suspensão do juízo acerca do que não é fenômeno — imerso em imprecisões e, com isso, (...) a posição neopirronista vulnerável. Argumento que esta vulnerabilidade é uma de suas virtudes pois apresenta um ceticismo situado, dependente de circunstâncias variáveis e que combate sistematicamente a ideia de que uma tese que imunize a variabilidade do fenômeno pode ser concebida e eventualmente formulada. Para tanto detenho-me na ideia de que o fenômeno é antes de tudo uma manifestação circunstanciada das coisas e é precisamente a ele, em um irremediável torvelinho, que o neopirronismo é enfaticamente leal. (shrink)

Duas questões fundamentais do pirronismo serão abordadas, a primeira é de natureza histórica: seria tal Neopirronismo congruente com o espírito e a letra do Pirronismo original? Nesse particular a resposta não poderia ser mais afirmativa. Distinguindo-se tanto chamada leitura dita “Urbana” quanto da leitura dita “Rústica,” não há como negar originalidade à leitura Neopirrônica. Ora, mas uma vez que Neopirronismo se assume como projeto filosófico próprio, ele enfrenta uma segunda questão premente: ele se sustentaria pelas suas próprias pernas? (...) A tentativa de apresentar uma resposta negativa no artigo encontra inspiração em três grandes fontes, são elas: Kant, Wittgenstein e Kripke/Putnam. (shrink)

A leitura da obra de Sexto Empírico que Porchat nos legou apresenta uma inovadora interpretação do conceito cético de phainómenon. Tal interpretação explicitou, ao contrário do que comumente é feito, o enorme alcance e largo escopo de tal conceito, sem, contudo, subtrair do pirronismo boa parte do radicalismo típico de uma filosofia sem crenças. O fenômeno, ou “aquilo que aparece”, é o critério de ação do ceticismo, após a conhecida suspensão do juízo sobre tudo. Ele desempenha também, não obstante, um (...) curioso papel no conflito de ideias que levava o pirrônico grego à equipolência e à consequente retenção do assentimento, ao contribuir frequentemente, segundo o próprio Sexto Empírico, para um dos lados de algumas das disputas mais essenciais da História da Filosofia, como a da querela com o imobilismo. Tal aspecto da noção de phainómenon pode apontar para um lado curioso e um tanto anacrônico da filosofia sextiana que, não notado por Porchat, nos apresenta uma figura do cético bastante diferente da do neopirrônico contemporâneo: alguém profundamente impactado filosoficamente tanto pela metafísica quanto por aquilo que aparece. (shrink)

O artigo critica a posição filosófica neopirrônica defendida por Oswaldo Porchat Pereira (Porchat 5). Argumentamos que uma de suas noções básicas, a de fenômeno, carece de uma definição apropriada. Além disso, mostramos que o neopirronismo abre as portas para o irracionalismo e que a ciência moderna traz problemas para essa postura.

Por séculos, o ceticismo pirrônico vem sendo atacado por argumentações dogmáticas que propõem fazer dele uma escola que, inevitavelmente, provoca um estado de apraxia, isto é, de inércia, bem como de neutralidade, diante da vida comum e das investigações científicas que, diuturnamente, vêm sendo desenvolvidas. Mas seria o pirronismo culpado de tal acusação? Como pretendemos demonstrar no presente artigo, não. Para demonstrar tal inocência, voltamo-nos sobre alguns dos escritos de Oswaldo Porchat Pereira sobre seu Neopirronismo, dividindo este texto em (...) duas partes. Na primeira, faz-se necessário, seguindo a argumentação do autor, distinguir dois momentos do ceticismo pirrônico: (1) o primeiro negativo e que tem como escopo o alcance da epokhé e o embate com o dogmatismo; (2) o segundo positivo e que nos leva a pensar o campo da filosofia prática a partir de uma reflexão acerca da ação e da vida comum. Desse modo, o caminho se abre para que, na segunda parte de nosso texto, possamos então concluir com o autor o porquê de que ainda é necessário, bem como possível, ser cético nos embates filosóficos e científicos contemporâneos, haja vista as contribuições que o ceticismo ainda hoje pode nos fornecer. (shrink)

Na sua primeira parte e utilizando a linguagem filosófica contemporânea, este artigo delineia as linhas básicas da filosofia cética, de acordo com o pirronismo antigo, tanto em sua face negativa, dialética e antidogmática, como em sua face positiva, enquanto filosofia da vida prática cotidiana. A segunda parte é consagrada a enfatizar a proximidade estreita do pirronismo com relação às tendências contemporâneas do pensamento filosófico e a tornar manifesto o interesse permanente de relembrar-se o ceticismo grego.

In his interesting, original and well organized paper "O Ceticismo Pirrônico e os Problemas Filosóficos" Oswaldo Porchat Pereira reinterprets ancient Pyrrhonism and claims a new domain for the philosophical activity, namely the "phenomenic" one. The present text examines this doctrine in order to unravel not only the similarities between the Porchatian approach and contemporary pragmatism, but also some of the main difficulties connected with that reinterpretarion of Pyrrhonism.

La búsqueda de justificación epistémica para los presupuestos metodológicos y axiológicos más básicos de la ciencia ha de enfrentarse al trilema de Agrippa. Se argumenta que la regresión al infinito -aun si esta regresión es solo potencial- y la circularidad no son las mejores alternativas del trilema y que el mejor disyunto es un dogmatismo minimalista, siendo uno de sus dogmas el siguiente condicional: Si nuestros presupuestos metodológicos y axiológicos más básicos de carácter científico fuesen los correctos, entonces las teorías (...) científicas seleccionadas por estos presupuestos serían probable, o aproximadamente, verdaderas. The search of epistemic justification for the most basic methodological and axiological presuppositions of science has to deal with Agrippa's trilemma.It is argued that infinite regress - even if it is only a potential regress - and circularity are not the best alternatives of the trilemma and that the best disjunct is a minimalist dogmatism, with the following conditional, as one of its dogmas: If our most basic methodological and axiological scientific presuppositions were the correct ones, then the scientific theories selected by these presuppositions would be the probably, or the approximately, true ones. (shrink)

Tradução para o português do artigo "Berkeley and the pyrrhonism" publicado originalmente em The Review of Metaphysics 5 (1951); reimpresso em Burnyeat, Myles (org.) The Skeptical Tradition. University of California Press, 1983, p. 377-396 e em Richard A. Watson and James E. Force (Editors). The high road to Pyrrhonism, p. 297-318.

M. de Montaigne fue simultáneamente hijo del Renacimiento y de la Reforma, y un lúcido seguidor de Sexto Empírico. Se muestra cómo el pirronismo lo condujo a cuestionar las convicciones de su tiempo y a atenerse a las costumbres y leyes vigentes. Esto le dio pie a una posición política moderada, así como a una adhesión no dogmática al catolicismo. Se analiza su original posición frente a la Reforma, bajo la hipótesis de que su postura político-religiosa solo cabe entenderla a (...) la luz de su escepticismo. (shrink)

Argumentamos en contra de dos intentos contemporáneos por rehabilitar el pirronismo debido a su incapacidad para resolver la clásica objeción de inmoralidad. Proponemos dos diferentes lecturas de la objeción: una débil, según la cual los pirrónicos son inmorales dado que sus actos mismos lo son —lo que constituye un cargo empírico—, y otra fuerte, donde la inmoralidad del pirrónico proviene del hecho de que, por diseño, no puede exhibir ningún tipo de competencia moral, lo que constituye un cargo conceptual. Concluyo (...) que ambos intentos fracasan debido a que se atienen el sentido débil de la objeción, pero no el fuerte. (shrink)

El presente artículo busca interrogar al fenómeno de la apelación. Para ello, se examinará el vínculo entre fenomenología y apelación preguntándonos qué es preciso entender por la máxima husserliana que conmina a un retorno a las cosas mismas; en segundo lugar, intentaremos dilucidar cómo la obediencia crítica a la consigna fenomenológica ha supuesto una recomprensión de fenómeno al punto de transformar la consigna husserliana en un verdadero “retorno de las cosas mismas”. Finalmente, nos proponemos interrogar la apelación del fenómeno, a (...) partir del diálogo entre Marion y Romano. No solo intentaremos dilucidar cuál es la especificidad de la apelación, sino qué relación estricta hay entre fenómeno, particularmente insigne o saturado y apelación. (shrink)

A pesquisa desenvolve o tema das agências reguladoras que são órgãos públicos submetidos a um regime jurídico especial. Este indica a independência de sua composição e de atuação como condição de legalidade e de legitimidade. Aponta-se o fenômeno da captura, que poderá ocorrer naqueles dois momentos, como sendo uma forma de corrupção a desestabilizar o modelo das agências implementado no Brasil a partir de 1997. O percurso dos estudos considera método qualitativo a partir da doutrina e da legislação em vigor.

Será que a fenomenologia nos permite abrir uma via privilegiada para a compreensão dos fenómenos? Basta, no entanto, um olhar sobre a história filosófica do conceito de «fenómeno» para nos vermos confrontados com resultados complexos, nem sempre fáceis de apreender. Só precisamos de dois: as definições do que é o «fenómeno» diferem consideravelmente tanto dentro como fora da tradição fenomenológica; a compreensão fenomenológica dos fenómenos foi objeto, desde Husserl em particular, de várias objecções por parte dos interlocutores diretos, e continua (...) a sê-lo no debate atual que coloca a fenomenologia à prova das críticas provenientes de outras abordagens, desde a filosofia da mente de inspiração analítica até às chamadas ciências cognitivas. Centrar-nos-emos, então, no diálogo entre Husserl e Natorp para demonstrar a originalidade da abordagem husserliana, limitando-nos às críticas de Natorp às teses expressas na quinta das Logische Untersuchungen. O nosso objetivo é, por conseguinte, duplo: ao centrarmo-nos nas Logische Untersuchungen, formular os argumentos necessários para contrariar as objecções de Natorp; defender, em perspetiva, a especificidade da compreensão fenomenológica dos fenómenos face a certas alternativas que encontramos no debate atual. (shrink)

O problema da corporalidade em Leibniz se vincula necessariamente à discussão sobre o estatuto da matéria em uma Metafísica cuja base são as mônadas imateriais. Veremos que, neste contexto, o material deverá ser fenomênico, mas nem por isso ilusório. O objetivo deste trabalho é mostrar como o campo fenomênico, cujo caso exemplar é o corpo, pode ganhar um suporte metafísico e racionalmente justificado, constituindo o que Leibniz chama de fenômenos bem fundados. Para tal, deverá ser feito um exame cuidadoso da (...) natureza das Forças no pensamento leibniziano e de como elas apresentam o vínculo procurado entre Física e Metafísica. Leibniz on Phenomenon and CorporalityThe problem of corporality in Leibniz is necessarily attached to the discussion on the nature of matter in a Metaphysics whose basis are the immaterial monads. We will see that, in this context, although the material must be phenomenic, it is not necessarily ilusory. The aim of this paper is to show how the phenomenic domain, whose exemplar case is the body, may be metaphysically founded and rationally justifyed, constituting what Leibniz calls well founded phenomena. In order to do it, it is necessary to examine Leibniz's conception of the nature of the Forces and how they could present the link between Physics and Metaphysics. (shrink)

En este escrito se analizan ciertos conceptos del estructuralismo empirista de Bas van Fraassen, en particular, el de representación, para intentar una crítica a su posición con respecto al vínculo entre los modelos de las teorías y, en última instancia, el mundo físico por medio de los modelos de datos, a los cuales van Fraassen les adjudica el papel de representantes de los fenómenos. Al final se delinea, a muy grandes rasgos, una alternativa conceptualista.

Resumen Me propongo aclarar la noción de “fenómeno” de Jean-Luc Marion y su relación con la categoría de “fenómeno saturado”. Para ello discutiré las interpretaciones de algunos comentaristas que advierten tensiones entre la primera y la segunda tópica del fenómeno.I aim to clarify Jean-Luc Marion’s notion of “phenomenon” and its relationship with the category of “saturated phenomenon”. To this end I discuss the interpretations of some commentators who point out tensions between the first and the second topic of the phenomenon (...) presented. (shrink)

Eugen Fink propone 5 fenómenos fundamentales de la existencia humana, que son los siguientes: muerte, trabajo, dominio, Eros y juego. En el presente artículo nos ocupamos de dos de ellos: juego y muerte. A modo de destacar algunos de los rasgos primordiales de estos fenómenos -juego y muerte- cabe decir del primero que sobre todo destaca la fantasía, la ficción, y ambos relacionados a su vez con la estructura específicamente lúdica del como-si. De modo espontáneo el niño juega como-si fuera (...) policía, ladrón, rey, plebeyo, padre, madre e incluso niño, es decir, el niño transita con la mayor naturalidad a mundos ficticios. Y esto mismo hará posteriormente el actor profesional. Ello revela a la par el parentesco entre juego y arte. En el caso de la muerte, probablemente lo que más corresponde destacar es su carácter de fenómeno filosófico fundamental, dado que ella se asocia con la concepción del ser en tanto devenir, como que todo lo que es, está transido por el llegar a ser y dejar de ser. Y a la vez que la muerte tiene por lo mismo una peculiar cercanía con el ser, lo tiene también con la nada, y junto con ello, con la pregunta por el sentido. Eugen Fink proposes 5 fundamental phenomena of human existence, which are the following: death, work, dominion, Eros and play. In this article we are dealing with two of them: play and death. How to highlight some of the key features of these phenomena -play and death- it may be said of the first that stands out above all the fantasy, fiction, and both in turn related to the specifically playful structure of the as-if. Spontaneously the child plays as-if he was police, thief, king, plebeian, father, mother and even child, i.e. the child passes naturally to fictional worlds. And the same will do later on the professional actor. This shows at the same time the relationship between play and art. In the case of death, in the first place should be noted its condition as a fundamental philosophical phenomenon, since it is associated with the conception of being as becoming, which implies that everything that is, is determined by the coming to be and the passing away. Death has therefore a unique proximity to being, as with the nothing, and also with the question about meaning. (shrink)

Montaigne faz um ataque pirrônico ao conceito acadêmico de verossimilhança ou probabilidade na Apologia de Raymond Sebond. O ataque é paradoxal porque Montaigne parece seguir o verossímil na própria Apologia e em diversos outros ensaios. Para resolver este problema exegético proponho uma dupla restrição do escopo do ataque à verossimilhança. Por um lado, mostro que o ataque visa mais a leitura epistêmica da verossimilhança proposta por Filo de Larissa do que ao conceito original de ordem exclusivamente prática de Carnéades. Por (...) outro, situo-o em um contexto político-religioso bem específico. O ataque pirrônico à verossimilhança é a estratégia oferecida por Montaigne à rainha católica de Navarra e irmã do rei da França, Marguerite de Valois, para eventual uso nas polêmicas religiosas em sua corte majoritariamente protestante de Nérac. Esta contextualização soluciona também outros problemas exegéticos da Apologia, como o da defesa paradoxal de Sebond, a inconsistência aparente entre as respostas de Montaigne às duas objeções feitas ao livro de Sebond, e o problema do fideísmo. In the Apology for Raymond Sebond, Montaigne launches a Pyrrhonian attack on Academic probability. However, Montaigne does follow probability in the Apology and other essays. In order to solve this exegetical problem I propose a double restriction of the attack. On the one hand, I show that it aims at Philo of Larissa's epistemic interpretation of the doctrine rather than at Carneades' original practical conception. On the other hand, I place the attack on a very specific historical context. Montaigne's Pyrrhonian attack on probability is a polemical strategy offered to Marguerite de Valois, the sister of the catholic king of France and wife of the protestant leader Henri de Navarre, to be used in the religious controversies in her predominant protestant court at Nérac. This context also solves other exegetical problems of the Apology such as Montaigne's paradoxical defense of Sebond, the apparent contradiction between the replies to the two objections to Sebond's book addressed by Montaigne, and the problem of fideism. (shrink)

A pesquisa apresenta o fenômeno da “idolatria” através de um diálogo interdisciplinar entre teologia e a filosofia. O aporte conceitual examina a idolatria enquanto expressão da divindade que oprime e exige a imolação de sacrifícios humanos. O problema consiste em saber se a idolatria acontece somente através do culto aos ídolos ou pode se desenvolver mesmo sem imagens? A idolatria consiste em qualquer realidade divinizada pelo homem. Ela constitui-se ao substituir o divino por algo que a represente. Enfim, a idolatria (...) esconde e legitima a opressão, especialmente, dos mais pobres, causando assimetrias e exclusão social. (shrink)

En la estructura de una teoría se han distinguido tradicionalmente dos niveles conceptual y metodológicamente distintos: el nivel empirico y el teórico. Sostenemos que este enfoque de! doble nivel es incompleto y que conduce además a distorsiones, tanto en la comprensión filosofíca de las teorías como en la de su uso en la praxis científica. En este artículo se diseña un nuevo enfoque, segun el cual las teorías se conciben como estructuras representacionales tripartitas, que comprenden tres niveles conceptual y metodológicamente (...) distintos: el nivel de los datos, el de los fenómenos y el de los constructos teóricos. Se exploran las relaciones estructurales básicas entre los tres niveles y se muestran algunas aplicaciones relativas a los problemas de la idealización.Traditionally two different conceptual and methodological levels are distinguished within a theory: the empirical and the theoretical level. We argue that this two-level account is incomplete, leading to distortions of the philosophical understanding of theories and their usage in scientific praxis. We sketch a new account according to which theories are conceptualizad as three-tiered representational structures comprising three conceptually and methodologically different levels, to wit, the levels of data, phenomena and the level of theoretical constructs. Basic structural relations between these differentlevels are studied, some applications concerning problems of idealization are given. (shrink)

En el presente texto Richir plantea la posibilidad de ampliar las meditaciones lévinasianas sobre la ética a una interpretación más profunda aún del fenómeno radical de la ipseidad y del fenómeno en cuanto tal. Atraviesa el recorrido, en De otro modo que ser, desde la recurrencia del sí-mismo hasta la sustitución, la ética de la ipseidad lévinasiana, el Decir y su profetismo radical. Richir se pregunta si este profetismo ético y anárquico no encierra una tautología simbólica fundamental, la de la (...) huella de la orden en su respuesta y la de la identidad de lo Infinito con su Idea, y si no podría ir más allá de lo ético. Ello sería posible sólo en términos de un inconsciente fenomenológico a partir de lo sublime en sentido kantiano. Así, Richir expone todo el entramado de la sustitución para, en último término, cuestionar sus propios límites y proponer un ensanchamiento hacia una fenomenología de lo inmemorial, del inconsciente fenomenológico, del apeiron, con ayuda de lo sublime. (shrink)

Esta investigación tiene por objetivo indagar el fenómeno de la huida (φυγή, fuga) tal como aparece en el libro IX, capítulo 4 de la Ética Nicomáquea de Aristóteles. La finalidad temática principal estriba en sacar a la luz que tanto su fundamentación teorética última, así como también su fundamento intrínseco radican en el principio metafísico del acto y potencia. Sobre la base de este principio metafísico mostramos que el “sí mismo” del cual el vicioso vive dividido en la huida consiste (...) en el entendimiento recto actual, revelándose este como el correlato preciso ante el cual huye el vicioso. Esta interpretación recupera la relevancia sistemática de la huida en el contexto de la amistad, ya que la huida hace visible concretamente la relación “amical” que el vicioso mantiene con sus prójimos, a quienes comprende tácitamente como medios-de-huida. (shrink)

En este trabajo interpretaremos un pasaje de la Metafísica de Aristóteles, 1011a17-1011b, enmarcado en la defensa del Principio de No Contradicción y en la crítica de las posiciones relativistas que lo niegan. Nuestra lectura es que Aristóteles arguye que la adecuada descripción de “lo que aparece a alguien”, i.e., los fenómenos, conduce a la afirmación del Principio. Basándonos en la conexión del Principio con la ousía que proponen numerosos intérpretes, creemos que Aristóteles sugiere, aunque sin desarrollarla, una “vía fenomenológica” para (...) alcanzar la ousía que guarda cierta similitud con la fenomenología del siglo XX. (shrink)

Hay diversas maneras de entender y definir la religión. El filósofo canadiense Charles Taylor —quien se ha ocupado del fenómeno religioso en los últimos años— la ha intentado definir desde la trascendencia. El problema de esta definición es que no está exenta de críticas: la primera de ellas plantea que la religión propone ideales humanos demasiado altos, tales como el ascetismo, la mortificación o la renuncia a los fines humanos ordinarios. La segunda crítica, por su parte, pone el acento en (...) que la religión no es capaz asumir y reconocer la agresión y el conflicto en la humanidad. La religión tiende a expurgar la realidad. En este artículo presentaremos estas críticas y, también, cuáles pueden ser las posibles maneras de responder a ellas. (shrink)

El artículo busca analizar dentro de la obra El extraño caso del Dr. Jekyll y Mr. Hyde (2015) de Robert Louis Stevenson (1850-1894), el fenómeno del doppelgänger. Este fenómeno tomó gran predominancia en la literatura del siglo XIX como recurso literario que siguió estando presente en obras posteriores. Por lo que consideramos pertinente iniciar un diálogo ético sobre esta temática, repasando este relato que dio a conocer el fenómeno del doppelgänger al público lector. Así, describiremos primeramente qué es este último, (...) para luego hacerle un rastreo dentro de la obra de Stevenson, destacando sus elementos más relevantes. Finalmente se busca profundizar esta temática del doble relacionándolo con un debate ético que de allí se pueda formar, proponiendo esta misma obra literaria como medio que nos incita y mueve a replantearnos nuestro ser ético en sociedad y considerando aquellos elementos más detestables en nuestra humanidad, contenidos en el doppelgänger. Por último, extendemos este análisis utilizando los Pensamientos (1918) de Blaise Pascal, que nos pueden ayudar a adentrarnos en un área existencial sobre la condición humana y la moralidad. (shrink)

Neste trabalho a noção de fenômeno saturado, proposta por Jean-Luc Marion, é apresentada criticamente e revista. Apoiando-se nas objeções levantadas por L.B. Puntel, que têm um impacto considerável sobre o projeto de Marion de pensar Deus exclusivamente de um ponto de vista fenomenológico, o autor revê o fenômeno saturado através de um retorno à sua fonte primeira: a terceira Crítica de Kant. Desta forma, a natureza simbólica desse fenômeno fica enfatizada, assim como sua constituição estrutural pela imaginação analógica. Em seguida, (...) enfocando o tipo específico de fenômeno saturado que é o fenômeno da revelação, mostra-se como esta versão revista da noção de Marion é adequada para se pensar a experiência do sagrado. Por fim, corrobora-se esse ponto de vista por meio de uma breve alusão à concepção de experiência religiosa em Rudolf Otto. (shrink)

Modelos representacionais são usados na prática científica para representar diferentes fenômenos. O propósito deste trabalho é examinar o uso de autômatos celulares para representar fenômenos emergentes, isto é, fenômenos com aspectos globais que não podem ser preditos apenas a partir de seus aspectos locais, procurando entender como se dá a representação nesse processo de modelagem. Uma abordagem sugerida é a acepção DEKI desenvolvida por Roman Frigg e James Nguyen, no qual o processo de representação envolve quatro aspectos: denotação do sistema-alvo (...) pelo modelo sob uma interpretação, exemplificação das propriedades relevantes no modelo, formulação de uma legenda que relaciona propriedades do modelo com propriedades do alvo e imputação das propriedades dadas pela chave ao alvo. Nessa acepção, AC representariam os sistemas-alvo denotados como sistemas complexos que podem ser interpretados em nível local e global, de modo que propriedades emergentes são exemplificadas em nível global. (shrink)

El holismo semántico es una teoría que está relacionada con los significados que se atribuyen a las palabras y sus relaciones con otras palabras en una lengua. En este trabajo se propone rehabilitar el holismo semántico como una posición filosófica razonable y presentar una versión del holismo semántico desarrollada por Henry Jackman – llamada “holismo semántico moderado”. Esta teoría es capaz de explicar algunos fenómenos lingüísticos, como la vaguedad, polisemia y ambigüedad, haciendo del holismo moderado una teoría útil no sólo (...) para la filosofía del lenguaje, sino también para los estudios de semántica lingüística. (shrink)

En fenomenología generalmente se habla de dos aproximaciones al abordar el fenómeno de la intersubjetividad: la aproximación cartesiana o neohegeliana ¾representada por Sartre¾; y la aproximación ontológico-social ¾representada por el Mitsein heideggeriano. Merleau-Ponty es conocido por seguir una corriente fuertemente influenciada por Heidegger, influencia que se extiende también en el área de la intersubjetividad. Pero, a pesar de la preponderancia heideggeriana, Merleau-Ponty integra aspectos importantes de la teoría intersubjetiva sartreana a su filosofía. En base a ello, cabe preguntarse, ¿cómo puede (...) Merleau-Ponty armonizar dos corrientes contrarias en el terreno de la intersubjetividad? Es el concepto de la mirada y del ser-con los que convivirán en la filosofía social merleau-pontiana de la Fenomenología de la percepción. Así, intentaremos hacer ver que la comprensión intersubjetiva de Merleau-Ponty supera la escisión entre las aproximaciones intersubjetivas de Sartre y Heidegger, ya que toma como base el Mitsein heideggeriano, pero mantiene, al mismo tiempo, el estatus conflictivo de la mirada sartreana. (shrink)

This paper consists in the presentation of the first version of the Greek/Portuguese translation of Sextus Empiricus’ _Outlines of Pyrrhonism _1.220-235, passage where Sextus traces a comparison between the Pyrrhonism and the Academic philosophy.

El siguiente texto busca interrogar el fenómeno del encuentro interpersonal y sus modos de donación. Para ello, se propone enfrentar esta cuestión a partir los recursos que aporta la fenomenología del acontecimiento de Henri Maldiney. Con ello, el fenómeno del encuentro será interrogado como un acontecimiento que irrumpe en nuestras vidas y que no se deja reducir a su efectuación. De este modo, el encuentro interpersonal antes que ser una experiencia cognoscitiva —epistémica— es, en primer lugar, un acontecimiento que nos (...) pone en juego. ¿Cuáles son los caracteres propios de este darse en persona del otro hombre que pueden ser reconocidos a la luz de una aproximación a su dimensión acontecial? Fenómenos como hallarse hundido en una situación inédita e intimado por la presencia irreductible del otro, así como la disponibilidad afectiva y atencional, son algunos de los caracteres que quisiera proponer examinar con el fin de dar cuenta, en este contexto, del fenómeno del encuentro interpersonal. (shrink)

O presente texto tem como corolário investigar a gênese constitutiva do “fenômeno originário”. Para isso, partimos da consideração da natureza enquanto topos fundamental para elucidação da arquitetônica estética de Goethe. Inusitadamente, a força movente do edifício teórico goethiano brota da condição singular aferida ao mundo fenomênico. É pela mediação das reflexões inventariadas na investigação da natureza que Goethe consegue esclarecer o movimento de trânsito do mundo fenomênico ao mundo das abstrações que perfazem o universo da ciência e da arte. Através (...) da descrição da categoria “fenômeno originário”, enquanto categoria que encontra sua específica identidade na categoria lukacsiana da particularidade, é possível adentra-se no reino antropomorfizador da estética. (shrink)

El presente escrito se propone presentar el modelo de tres niveles del conocimiento científico (datos, fenómenos y teorías) desde los recientes resultados de la filosofía de la ciencia obtenidos por dos perspectivas filosóficas particulares: el nuevo experimentalismo y el enfoque semántico de las teorías. Para ello contrasta los planteamientos principales de estas dos perspectivas con el modelo de dos niveles del conocimiento científico (observación y teoría) del positivismo lógico, que dominó el panorama de la filosofía de la ciencia en las (...) primeras seis décadas del siglo XX. (shrink)

El dualismo sustancial cartesiano y el problema mente-cuerpo suscitaron en la modernidad una reacción monista, que suprime la interacción ontológica dualistay concibe el problema como un conflicto entre discursos explicativos. Kant introduce la distinción entre fenómeno y nóumeno como una distinción de perspectivas, con la intención de resolver el conflicto entre explicaciones materialistas y explicaciones mentalistas.Sin embargo, no ubica consistentemente lo mentalen la perspectiva nouménica y oscurece así su solución perspectivista y sus compromisos ontológicos con el mentalismo idealista. El presente (...) artículo intenta demostrar la plausibilidad de esta hipótesis interpretativa. (shrink)

A exposição ou enjeitamento de crianças foi fenômeno importado do velho mundo e amplamente aceito e praticado em território ibero-americano. A historiografia avançou sobre o tema nos últimos anos, entretanto, algumas lacunas ainda permanecem para desafio dos historiadores interessados no assunto. Uma dessas questões é detectar as singularidades regionais desse fenômeno tão recorrente ao território luso-brasileiro. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é comparar o perfil da exposição de crianças e a assistência aos enjeitados em dois extremos da América portuguesa: (...) a freguesia de Porto Alegre em devoção a Nossa Senhora Madre de Deus no Rio Grande do Sul, e a freguesia da Cidade do Natal em devoção a Nossa Senhora da Apresentação no Rio Grande do Norte. A partir de fontes seriais, como os registros de batismo e os termos de vereação das respectivas localidades, elencamos os seguintes procedimentos para análise – leitura, transcrição e fichamentos qualitativos e quantitativos, seguidos da comparação de aspectos demográficos que podem nos trazer realidades adversas. Sendo assim, esse esforço de pesquisa resultou na identificação de baixos índices de exposição, elevadas taxas de filhos ilegítimos e formas distintas de assistência aos recém-nascidos enjeitados estritamente ligados aos seus contextos locais. (shrink)

Me propongo ofrecer una interpretación unificada de la metodología aristotélica y mostrar que ella se integra en un empirismo híbrido en el cual se combina la doble naturaleza de los phainomena , hechos observacionales y creencias comunes. Polemizaré con la lectura coherentista de la prueba dialéctica de consistencia que se expresa en EN VII 1, y trataré de aclarar qué uso hace Aristóteles de aquella doble fuente de sus investigaciones en algunos textos de ciencia natural ( Ph . IV 4).

El presente artículo pretende mostrar cómo la descripción fenomenológica que el filósofo francés Jean-Luc Marion hace del fenómeno saturado encaja con precisión en la cristología característica del cuarto Evangelio. A partir del pensamiento de este autor, concluiremos que Jesucristo, como manifestación visible del Dios invisible, concentra en sí las cuatro paradojas fenoménicas, apareciendo también según el relato joánico como una “paradoja de paradojas” o como un “fenómeno saturado por excelencia”.

O objetivo principal deste artigo é esclarecer como Brentano define a relação entre (a) o conhecimento de nossos próprios fenômenos de consciência e (b) o conhecimento de fenômenos de consciência de outros sujeitos. Por um lado, Brentano argumenta, seguindo a tradição moderna, que o conhecimento dos próprios atos mentais é absolutamente fundamental. Ao mesmo tempo, porém, ele quer mostrar com sua Psicologia do ponto de vista empírico uma clara alternativa ao introspeccionismo. Mostraremos como Brentano busca unir estes dois objetivos e (...) como ele também aderiu a esta linha em sua Psicologia Descritiva. Sua psicologia como um todo pode, portanto, ser entendida como um apelo ao pluralismo epistemológico. (shrink)