Os realistas diretos sobre a memória episódica alegam que um sujeito que lembra está em contato direto com um evento passado. No entanto, como seria possível estar em contato direto com um evento que deixou de existir? Este é o assim-chamado problema da cotemporalidade. A solução padrão para este problema, a qual foi proposta por Sven Bernecker, consiste em distinguir entre, por um lado, a ocorrência de um evento, e, por outro lado, a existência de um evento, de modo (...) que um evento deixa de ocorrer sem deixar de existir – esta é a solução eternista para o problema da cotemporalidade. No entanto, alguns filósofos da memória – notadamente Kourken Michaelian – alegam que a adoção de uma metafísica eternista do tempo seria um preço metafísico muito alto a ser pago para se defender as intuições dos realistas diretos sobre a memória. Ainda que eu concorde com essas críticas, buscarei mostrar duas coisas. Primeiro, que este tipo de “argumento do senso comum” não é decisivo. Segundo, que a proposta de Bernecker permanece sendo a melhor solução para o problema da cotemporalidade. (shrink)

A partir de una metodología filosófica naturalista, el presente artículo propone dos rasgos de la memoria episódica que resultan relevantes para pensar algunos tópicos de la ética animal: (1) el carácter reconstructivo de eventos pasados cargados afectivamente y (2) el carácter narrativo y la conciencia autonoética de la memoria episódica. Respecto del primero, se reseña brevemente el debate actual en torno a la evidencia de que algunos animales presentan experiencias impulsadas internamente con valencia hedónica y padecen (...) trastorno de estrés postraumático. Luego, se exploran algunas consecuencias que tendría esta propiedad a la hora de considerar el bienestar de los animales en sistemas de producción intensivos. A continuación, se reseña el debate vinculado con el segundo rasgo y se evidencia el rol que estas propiedades de la memoria episódica han cumplido en la atribución del carácter de persona en la tradición filosófica, junto a las concepciones más deflacionadas de estas capacidades, entendida como unidad o continuidad psicológica. En la última sección se argumenta que estas concepciones contemporáneas, que vinculan ciertas notas de la memoria con la unidad psicológica, permiten atribuir el carácter personal a animales no humanos. (shrink)

O enativismo radical defende que cognição básica não é composta por computações de informações representacionais. Diante dessa proposta, a memória episódica (de eventos que alguém viveu) pode se tornar um desafio para essa abordagem da cognição humana especialmente porque parece intuitivo que memórias representam os eventos passados. Neste artigo, esse problema será abordado a partir da discussão acerca de como a linguagem humana molda a memória episódica. Será argumentado que a linguagem afeta as funções da memória episódica (...) de modo a concedê-la uma função comunicativa e, como tal, representacional. (shrink)

O objetivo deste estudo foi verificar associações entre medidas de memória episódica e depressão em idosos saudáveis submetidos a intervenções cognitivas, físicas e psicopedagógicas. A amostra foi composta por 31 idosos, com idade média de 69,70 anos (DP± 6,38), sendo 25 mulheres e 6 homens. O procedimento consistiu em diferentes combinações de intervenções e suas avaliações em testes diagnósticos e de memória em follow-up de um ano. A análise de dados consistiu-se no teste não paramétrico de Friedman, com o (...) nível de significância de p=0,05. Os resultados indicaram que a combinação que melhor apresentou desempenho cognitivo frente às variáveis relacionadas à aprendizagem (p=0,04) e interferência proativa (p=0,01) foi a "Stimulus + Psicopedagógica”. O nível de depressão diminuiu ao longo das avaliações em todas as combinações (p=0,01). Esses achados indicam que intervenções combinadas podem ser promissoras em ganhos cognitivos e de humor. (shrink)

O presente artigo busca situar o leitor em alguns dos debates atuais acerca da memória episódica no âmbito da filosofia da memória. A memória episódica consiste na capacidade de lembrar daquilo que o sujeito vivenciou ao longo de sua vida. Um dos maiores problemas em filosofia da memória é estabelecer o que é uma memória episódica, e distingui-la de outros estados mentais, como a imaginação. As principais teorias que visam resolver tal problema são a Teoria Causal da (...) Memória e a Teoria Simulacionista da Memória. Causalistas insistem que deve haver um vínculo causal entre uma experiência vivida pelo sujeito no passado e a memória dessa experiência. Simulacionistas, em contrapartida, sustentam que tal vínculo causal não é necessário, pois uma memória é o resultado de um processo de simulação que combina elementos de várias memórias para formar um cenário que representa a experiência passada. Outro debate em filosofia da memória trata dos objetos da memória episódica, nele busca-se descobrir com o quê entramos em contato quando lembramos de um evento passado. Nesse debate as posições filosóficas mais defendidas são o Realismo Indireto e o Realismo Direto; o primeiro afirma que entramos em contato com representações do evento passado, já o último sustenta que entramos em contato diretamente com o evento passado. Esse artigo apresenta também teorias da psicologia sobre consolidação de memórias episódicas e a teoria da Mental Time Travel, afim de embasar o leitor, respectivamente, acerca dos mecanismos formadores da memória e do debate sobre a função da memória episódica. (shrink)

(English below) -/- Normalmente se piensa en la percepción y la memoria como dos capacidades independientes, creyendo que la primera solo tiene influencia sobre la segunda durante la codificación. En las entrevistas autobiográficas de historia oral y memoria histórica, los entrevistados seleccionan, adaptan y completan sus recuerdos para crear diferentes versiones de ellos. En este artículo se argumenta que lo anterior es consecuencia de la naturaleza simulativa de la memoria episódica, y del empleo por los entrevistados (...) de información perceptiva para generar y adaptar sus recuerdos a un discurso autobiográfico, buscando satisfacer un propósito comunicativo. Para ilustrar esto, se analizan tres factores contextuales que influyen sobre la construcción del recuerdo en una entrevista autobiográfica (objetivo comunicativo, idioma de comunicación e interacción emocional), mostrando que, en este tipo de recuperación, memoria y percepción contribuyen simultáneamente a construir simulaciones de eventos que se adaptan en tiempo real al contexto donde ocurre la evocación. /////////////Abstract/////////////// Perception and memory are usually thought to be two independent faculties, where the former is believed to only have an influence on the latter at encoding. In autobiographical interviews of oral history and historical memory, interviewees select, adapt, and complete their memories to create different versions. This paper argues that this process is a consequence of the simulative nature of episodic memory and the interviewees’ use of perceptual information to generate and adapt their memories to an autobiographical discourse with the goal of satisfying a communicative purpose. To illustrate this, three contextual factors that influence the construction of a memory in an autobiographical interview are analyzed, showing that, in this type of recall, memory and perception simultaneously contribute to constructing episodic simulations of events, which adapt in real-time to the context in which recall happens. (shrink)

O presente trabalho tem como objetivo, delinear o cerne do debate em Filosofia da Mente a respeito do problema da identidade pessoal ao longo do tempo. Para isso, tratarei da identidade pessoal e seus problemas, discutindo a importância do debate, definindo os principais conceitos para uma melhor investigação e dando um breve panorama histórico do problema na modernidade, bem como os principais eixos de resposta, dando ênfase à tradição lockeana que se fundamenta na memória. Em seguida analisarei o critério psicológico (...) de Derek Parfit, que também se baseia na memória, mas questiona sua suficiência. Argumento ao final que a complexidade das teorias contemporâneas sobre a memória episódica exige uma revisão crítica das considerações de Parfit e de outros defensores do critério psicológico da memória, o que, consequentemente, pode levar a necessidade de novos critérios para preservar a identidade pessoal ao longo do tempo. (shrink)

A filosofia da memória é uma área na qual se convergem conhecimentos próprios da filosofia, assim como de evidências empíricas provenientes da área da psicologia cognitiva e das neurociências. Um dos problemas vigentes dentro da filosofia da memória se concentra na busca de uma definição precisa de nossas memórias episódicas, isto é, nossas memórias de eventos do passado. Uma característica inescapável para qualquer definição precisa da memória episódica concerne sua fenomenologia específica. Apesar de ser um elemento majoritariamente estudado na (...) psicologia, vemos recentemente que a filosofia pode ajudar a clarificar a definição dessa fenomenologia. Além disso, as teorias filosóficas sobre a memória também têm um impacto significativo na maneira como entendemos a memória dentro das ciências empíricas. Assim, o objetivo desse artigo é a definição da fenomenologia da memória episódica, assim como a demonstração de sua fundamental importância para as teorias filosóficas mais recentes sobre a memória episódica. Acredito que através dessa clarificação, estaremos mais bem preparados para caminharmos em direção a um entendimento mútuo e interdisciplinar dessa capacidade cognitiva. (shrink)

El objetivo central de este artículo consiste en argumentar a favor de la tesis de que es imposible o, al menos, excesivamente difícil evaluar creencias basadas en la memoria, especialmente cuando se justifican en los denominados recuerdos episódicos, lo que implica que las creencias basadas en la memoria episódica no pueden ser justificadas suficientemente para alcanzar el estatus de conocimiento. Para lograr este objetivo expondré brevemente las diferencias y las relaciones que hay entre memoria, recuerdo, creencia (...) y conocimiento (o saber). Posteriormente presentaré diversas formas en que ha sido entendida la memoria, así como algunas de las pruebas que han servido para medir la memoria ya que en función de estas se puede mantener que hay recuerdos falsos. Aunque estas pruebas son valiosas para los propósitos para las que fueron diseñadas, hay casos que se les escapan y estos tienen implicaciones epistemológicamente importantes, entre ellas que la memoria episódica no es una fuente confiable para justificar algunas de nuestras creencias y que estas cuenten como conocimiento. (shrink)

Neste artigo apresentamos, de forma concisa e em português, alguns elementos-chave dos principais debates contemporâneos na filosofia da memória. Nosso principal objetivo é tornar essas discussões mais acessíveis aos leitores de língua portuguesa, fornecendo uma atualização importante para esforços anteriores (Sant’Anna & Michaelian, 2019a). Começamos introduzindo a noção de viagem no tempo mental, a qual estabelece a base empírica para a metodologia empregada em trabalhos recentes, antes de apresentar dois debates centrais. Primeiro, o debate entre causalistas e simulacionistas sobre a (...) teoria da lembrança filosoficamente correta (§2). Segundo, o debate entre continuístas e descontinuístas sobre a relação entre lembrança episódica e certas formas de imaginação (em particular, o pensamento episódico acerca do futuro) (§3). Na segunda parte do artigo, apresentamos e exploramos dois tópicos de discussão crescente: a natureza do sentimento de passado característico da memória episódica (§4) e questões de meta-nível relativas ao próprio caráter das controvérsias exploradas na primeira parte do artigo (§5). (shrink)

Às vezes, o debate entre causalistas e simulacionistas em filosofia da memória é apresentado de tal modo que parece que apenas o simulacionismo é compatível com a psicologia da memória contemporânea. Contudo, ambas teorias são compatíveis com os fatos descobertos pela ciência. Mas se o debate não é sobre a adequação aos fatos, sobre o que é? Nós propomos que este debate é um caso de negociação metalinguística. Caulistas e simulacionistas aceitam o mesmo conjunto de fatos, mas disputam sobre como (...) devemos definir "memória" e "lembrança". (shrink)

This paper is an introduction on the Causal Theory of Memory, one of the most discussed theories in philosophy of memory in the present days. We begin with Martin & Deutscher’s formulation of the theory, in which the authors present three criteria in order for a given mental state to be considered an instance of memory, amongst them, the famous causal criterion, which stipulates that a memory must be causally connected to the past experience. Subsequently, we discuss if these criteria (...) are necessary and sufficient for memory and we present two theories that complement these criteria with an epistemic and a phenomenological criterion, i.e., the Causal Epistemic Theory and the Causal Autonoetic Theory. We then introduce the concept of memory traces, which are, according to Martin & Deutscher, the causal link between the memory and the past experience which created this memory; we present the model of traces as structural analogues and the model of distributed traces and discuss the problems which arise for each of these models of traces. Afterwards we focus on the concept of causality and present the Causal Procedural Theory, which offers a different conception of causality that does not focus on the memory traces, but on causal process itself. Lastly, we present the theory called Discontinuism, a theory about the relation between memory and imagination, which follows directly from the Causal Theory of Memory. (shrink)

RESUMO Este estudo tem por objetivo compreender o processo criativo durante a gênese textual de títulos em histórias inventadas por alunos recém-alfabetizados. A partir da perspectiva teórico-metodológica oferecida pela Genética Textual, dentro de uma abordagem linguístico-enunciativa, analisamos as relações associativas constituídas na recuperação de informações advindas das memórias semântica e episódica desses alunos. Tomamos como unidade de análise o diálogo face a face, estabelecido durante um processo de produção textual colaborativa, no contexto ecológico da sala de aula. Nossa análise, (...) qualitativa e microgenética, permitiu mapear o modo como ideias e elementos linguísticos são articulados de forma imprevisível e inusitada, formando redes associativas, tanto por semelhanças semânticas, quanto por semelhanças sonoras. As redes associativas indicam que a criatividade se dá entre o reconhecimento do jogo de linguagem e, ao mesmo tempo, preservação das propriedades do gênero textual e da unidade de sentido do manuscrito escolar em construção. ABSTRACT This study aims to understand the creative process during the textual genesis of titles in stories invented by newly literate students. Based on the theoretical-methodological perspective offered by Textual Genetics, within a linguistic-enunciative approach, we analyze the associative relations constituted in the retrieval of information from the semantic and episodic memories of these students. We take as a unit of analysis the face to face dialogue, established during a collaborative textual production process, in the ecological context of the classroom. Our qualitative and microgenetic analysis allowed us to map the way ideas and linguistic elements are articulated in an unpredictable and unusual way, forming associative networks, both by semantic and sound similarities. The associative networks indicate that creativity occurs between the recognition of the language set while preserving the properties of the textual genre and the unity of meaning of the school manuscript under construction. (shrink)

Para Ockham, todo animal posee un alma sensitiva, en virtud de la cual, puede tener deseos sensitivos, cogniciones intuitivas sensitivas y cogniciones abstractivas sensitivas. Entre estas últimas, tenemos representaciones sensibles, actos del sentido común y recuerdos. El objetivo de este artículo es el de reconstruir la teoría de Ockham sobre la cognición animal sensitiva. Esta reconstrucción muestra que Ockham adscribe a los animales, en general, una capacidad de representar diferentes propiedades de las cosas singulares, una memoria episódica, una (...) memoria procedimental y cierto tipo de ilusiones. Debido a que ciertas representaciones sensibles son equivalentes a proposiciones mentales, según Ockham, los animales no-humanos pueden juzgar y formar silogismos. (shrink)

Tradicionalmente, a questão da identidade pessoal é considerada a questão a respeito ao que faz uma pessoa ser a mesma ao longo do tempo. Recentemente, porém, atenção à experiência fenomênica trouxe uma nova perspectiva ao debate. À luz dessa mudança de perspectiva, Klein sugere que indivíduos com amnésia episódica retrógrada retêm uma noção de quem são, além de terem senso de continuidade. Ele, portanto, argumenta que a memória episódica não é necessária para se ter sensação de si mesmo (...) diacrônica. Desafiamos a conclusão de Klein apontando que existem tipos mais extremos de amnésia—amnésia psicogênica—que parecem problemáticos à sua proposta de que o senso de continuidade é suficiente para se ter sensação de si mesmo diacrônico. Esse é o caso, porque alguns exemplos de amnésia psicogênica são casos de amnésia dissociativa, que mostram que ter uma experiência consciente contínua não resolve o problema. (shrink)

Michelle Maiese: Trauma, dissociation, and relational authenticity; Caroline Christoff: Performative trauma narratives: Imperfect memories and epistemic harms; Aisha Qadoos: Ambiguous loss: A loved one's trauma; Alberto Guerrero Velázquez: El trauma está en la respuesta. Hacia una visión post-causal en la definición de trauma psicológico; Clarita Bonamino, Sophie Boudrias, and Melanie Rosen: Dreams, trauma, and prediction errors; Gabriel Corda: Memoria episódica y trastorno de estrés postraumático en animales no humanos: una propuesta metodológica; María López Ríos, Christopher Jude McCarroll, and (...) Paloma Muñoz Gómez: Memory, mourning, and the Chilean constitution; Sergio Daniel Rojas-Sierra, and Tito Hernando Pérez Pérez: Subjetividades rememorantes, marcas narrativas y trauma cultural en la construcción de memoria de desmovilizados de las FARC-EP en el AETCR Pondores; Germán Bonanni: Y después de la guerra... ¿Qué? (shrink)

In Memory: A Self-Referential Account, Fernández offers a functionalist account of the metaphysics of memory, which is portrayed as presenting significant advantages over causal and narrative theories of memory. In this paper, I present a series of challenges for Fernández’s functionalism. There are issues with both the particulars of the account and the use of functionalism more generally. First, in characterizing the mnemonic role of episodic remembering, Fernández fails to make clear how the mental image type that plays this role (...) should be identified. Second, I argue that a functionalist approach, which appeals to the overall structure of the memory system and tendencies of mental state types, is ill-suited to the metaphysical question about episodic remembering that is of interest to the causal and narrative theorists with which Fernandez engages. Fernández’s self-referential account of memory has many other virtues, but functionalism is a poor fit for episodic remembering. (shrink)

Fernández offers an account of the nature of episodic memory that marries two core ideas: role-functionalism about episodic memory, and self-reflexive mnemonic content. One payoff of this view is that episodic memory judgments are immune to error through misidentification. Fernández takes this to reveal something important about the nature of one’s self-awareness in memory and our first-person conception of ourselves. However, once one sees why such judgments are immune in this way, according to the proposed account, the fact that they (...) are immune becomes moot. While technically immune to error through misidentification, episodic memory judgments are not grounded in a way such that they have any interesting epistemological import for the subject, and any insights about our self-awareness and self-conception are directly derivable from the metaphysics of memory content alone. (shrink)

Debates about causation have dominated recent philosophy of memory. While causal theorists have argued that an appropriate causal connection to a past experience is necessary for remembering, their opponents have argued that this necessity condition needs to be relaxed. Recently, Jordi Fernández has attempted to provide such a relaxation. On his functionalist theory of remembering, a given state need not be caused by a past experience to qualify as a memory; it only has to realize the relevant functional role in (...) the subject’s mental economy. In this comment, I argue that Fernández’s theory doesn’t advance the debate about memory causation. I propose that this debate is best understood as being about the existence of systems, which support kinds of interactions that map onto the relations dictated by theories. Since Fernández’s functionalism tells us very little about this empirical question, the theoretical gains from endorsing it are minimal. (shrink)

Este ensayo muestra la diferencia entre neoliberalismo y ordoliberalismo a partir de las raíces weberianas del segundo movimiento. Decisivas en este sentido son las críticas de Weber a los ideales-tipo de las abstracciones económicas clásicas y las necesarias determinaciones desde los "hombres vivientes". Para identificar estas raíces el ensayo usa tanto de las reflexiones de Weber como de las aportaciones decisivas de Foucault en "El nacimiento de la biopolítica".