Abstract
As tentativas de desenvolver uma cristologia a partir de uma perspectiva exclusivamente africana podem ser consideradas uma das expressões contextuais do empreendimento teológico cristão. É claro que, no contexto do Cristianismo mundial, toda teologia é contextual. Este artigo, explora criticamente as ideias cristológicas de um dos principais teólogos africanos, Bénézet Bujo, situa as muitas reflexões sobre Cristo no contexto africano. O artigo argumenta consistentemente a favor da necessidade da cristologia africana e de uma compreensão aprofundada do argumento de Bujo, para tornar a pessoa de Cristo inteligível na África, empregando a categoria tradicional africana de ancestral. O ancestral como paradigma cristológico permanece controverso, pois levanta muitas questões quanto à sua adequação na compreensão de Cristo para os cristãos africanos. No entanto, a avaliação do paradigma deve ir além da busca de uma interpretação lógica que o vincule às formulações cristológicas predominantes do Ocidente, para buscar o significado da revelação dentro da cosmovisão africana. Este artigo, portanto, avalia as percepções de Bujo e destaca as deficiências de seus argumentos, ao mesmo tempo, chama mais atenção para seu alcance ético e catequético.