Abstract
Em Metafísica Gamma 4, Aristóteles argumenta contra supostos negadores do Princípio da Não-Contradição. O argumento elêntico, assim chamado devido à sua estrutura argumentativa que se assemelha a uma refutação (elenchus), é a parte mais notória dessa argumentação. Esse argumento começa com uma fala de um interlocutor hipotético, que deve ao menos enunciar algum termo significativo. Em seguida, uma definição desse termo deve ser dada. Então, tendo afirmado uma definição, o interlocutor de Aristóteles não poderia contradizer o que enunciou, sob pena de ininteligibilidade. Neste artigo, examinaremos as noções de significado e definição envolvidas neste argumento. Para tal, examinaremos a descrição do significado linguístico encontrada em De Interpretatione, bem como as discussões sobre definições de nomes de entidades fictícias desenvolvidas nos Segundos Analíticos. Concluiremos que as noções de definição e significado são centrais para o argumento elêntico, de tal modo que a força do argumento depende, em última instância, de aspectos da concepção aristotélica do processo de significação.