Abstract
Na crônica/ensaio Sob ditame de rude Almajesto, o jurista, poeta e cronista baiano Eurico Alves Boaventura descreve uma miríade de técnicas e experiências desenvolvidas pelo povo do sertão para prever as épocas de chuva. Tecendo a descrição destas observações, traçamos paralelos entre a função popular criadora de uma episteme e os princípios da filosofia grega. Observamos, assim, as proximidades entre a vontade de criação de conhecimento que antecede os primeiros filósofos e a que rodeia o mundo sertanejo. Encerramos num exercício de imaginar como este pensamento se apresentaria numa linguagem filosófica.