Abstract

Este artigo propõe uma investigação acerca da intersecção entre ciborgues e a pós-humanidade, em um contexto social marcado pelo alto desempenho e pelo burnout. A pesquisa dialoga com o pensamento de Byung-Chul Han, Thierry Hoquet e Donna Haraway, ao buscar compreender como o ciborgue, representação da eficiência máxima, se insere nessa sociedade do desempenho, e como essa configuração pode resultar em esgotamento ou burnout. A análise de Haraway sobre a quebra das fronteiras entre humano e máquina, orgânico e inorgânico, proposta pelos ciborgues, é trazida para dialogar com a ideia de pós-humanidade, explorando-se a maneira como a existência dos ciborgues pode desafiar nossa compreensão do que é ser humano. A discussão sobre o burnout, a partir das contribuições de Han, permite refletir sobre as demandas e pressões da sociedade contemporânea e sua influência na concepção do ciborgue. Desta maneira, o artigo propõe uma reflexão social sobre os ciborgues, considerando as complexas relações entre tecnologia, identidade, performance e esgotamento na sociedade contemporânea.