Abstract
O artigo apresenta a discussão acerca da filosofia comparada através das dificuldades de se considerar como parte da disciplina da filosofia pensamentos não-ocidentais. Analisando argumentos contra a aceitação de filosofias não-ocidentais como filosóficas e os desafios da disciplina chamada filosofia comparada, propomos uma redefinição de filosofia comparada; não como comparação de filosofias ou filosofia da comparação, mas como como aquele modo de filosofar que permitiria a ocidentais lidarem com filosofias não-ocidentais de modo inclusivo. Seguindo este programa de filosofia comparada, apontamos dois elementos da hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer que poderiam contribuir para esta empreitada: distância e diálogo. A distância vista positivamente, daria origem à experiência hermenêutica da compreensão que inicia-se com o encontro com outro, a alteridade. Colocando-nos em diálogo com o outro, abrimos a possibilidade de termos nossa compreensão transformada ao aceitar a verdade que o outro nos diz.