Abstract
Este artigo objetiva apresentar as interpretações de Arthur Danto e Gianni Vattimo sobre a questão “fim da arte”, introduzida por Hegel em seus Cursos de Estética. Segundo Danto há, no presente, uma transformação radical nas condições de produção das artes. As definições da arte não podem mais se fundamentar na inspeção direta das obras, exigindo uma mudança na forma de se refletir sobre a arte. O “vazio” das definições de arte no momento em que “tudo é permitido” traz a questão do “fim da arte”. Ora, para Danto, o “fim da arte” não significa o fim das produções artísticas na contemporaneidade, mas o fim das narrativas mestras. É um meio de se mostrar que as narrativas que definiram a arte tradicional chegaram a um fim e que a arte contemporânea não mais permite uma representação por narrativas. Vattimo, discorre, em consonância com Danto, acerca das transformações da arte e das insuficiências da Estética tradicional na contemporaneidade. Contudo, Vattimo destaca a incapacidade da Estética em compreender os mass media e suas possibilidades positivas. Para Vattimo, a reprodutibilidade técnica e a massificação são inconciliáveis com as definições tradicionais da Estética. Assim, a reflexão vattimiana busca apreender o sentido do estético na sociedade dos mass media, remetendo-se à questão do “fim da arte” em um sentido “pervertido” como generalização da esfera dos meios de comunicação.