Este estudo delineia coordenadas conceituais para a investigação do discurso e da visualidade em arte e design a partir do ferramental de Michel Foucault. Não é o caso de propor um “modo de usar” a obra desse filósofo e sim uma leitura possível sobre tal arsenal, com vistas a um horizonte que o excede. Após assinalar o caráter dinâmico e correlacional dessa proposição, as coordenadas são ordenadas em: (1) relações de poder, (2) regimes de verdade, (3) discurso e visualidade, por (...) fim, (4) arte e design. Ao final, argumenta-se que a análise das correlações discursivo-visuais permite vislumbrar como as práticas contemporâneas estão sempre enredadas em valores, condutas e modos de olhar. O artigo sugere ainda que a arte e o design poderiam se beneficiar da leitura ora proposta, que abre um novo horizonte interpretativo em torno da contínua (re)elaboração de nossas experiências e subjetividades. (shrink)

Tomando como ponto de partida a célebre sentença "torna-te o que tu és”, do poeta grego Píndaro, este estudo aborda as relações entre arte, hermenêutica e autoformação, na esteira da filosofia nietzschiana. Para tanto, o ato poético é entendido como indissociável da experiência vivida e, sobremaneira, do movimento do vir a ser, com o entendimento da arte como um modo de vida. Essa abordagem é levada a cabo tendo em vista as implicações educacionais de um tal princípio ético pautado na (...) transformação de si como chave para a compreensão e releitura do mundo. (shrink)

Este artigo, de caráter ensaístico, não se furta a pensar o fenômeno de maior proeminência no momento em que fora escrito, a pandemia desencadeada pelo Covid-19. Partindo literalmente da premissa foucaultiana, segundo a qual a filosofia deve ter como alvo o tempo presente, e abalizado por reflexões recentes de filósofos contemporâneos influenciados por Foucault, como Paul B. Preciado e Roberto Esposito, defendo a hipótese de que o vírus carrega em si, como um espelho, tudo o que ainda não conseguimos deixar (...) de ser. Com efeito, a abordagem aqui adotada lança mão da estratégia, já recorrente na filosofia contemporânea, de ampliar a noção de “vírus” como metáfora pertinente para os mais diversos fenômenos societários. Após introduzir o que está em jogo neste contingente virótico e global, decomponho a reflexão em quatro partes: enquadramento – de uma atmosfera previamente carregada de certos hábitos de exceção e anticorpos fronteiriços; estranhamento – como princípio da imunização e da redistribuição da vulnerabilidade; confinamento – como disciplina assimétrica de sobrevivência e autossacrifício; desaparecimento – como horizonte ontológico de uma existência inerte que nos espelha. O que me interessa aqui é, mais do que delinear uma interpretação filosófica da pandemia, indiciar a lógica insuspeita e virulenta que há décadas nos cerceia enquanto corpos e anticorpos descartáveis. Concluo, à guisa do diagnóstico de Paul B. Preciado, segundo o qual o vírus atua “à nossa imagem e semelhança”, que o fenômeno pandêmico implica o recrudescimento do paradoxo neoliberal segundo o qual, para “sobrevivermos”, devemos sacrificar a nós mesmos. (shrink)

O objetivo deste artigo é explorar a relação de complementaridade entre o real e o imaginário, com foco no aspecto estético-hermenêutico que constitui a expressividade das imagens. Partimos da problematização do estatuto epistemológico da imagem no pensamento ocidental, recorrendo a autores que privilegiam a imagem como expressão do real. Por fim, discutirmos a prevalência da “imagem estética”, por meio da qual o mundo explicita-se como aparência de mundo no cenário contemporâneo. Por este caminho, propomos uma abordagem da imagem que possa (...) abranger a intensidade dos fluxos afetivos e, ao mesmo tempo, a pluralidade das interpretações. (shrink)

Este artigo visa refletir sobre a moral contemporânea a partir da ética de Nietzsche, tendo como foco principal a sua _Genealogia da Moral_ e, como contraponto a ser problematizado, o livro _The weariness of the self_ do sociólogo francês Alain Ehrenberg. De início, para analisar alguns tipos morais relevantes na primeira obra, revisamos o itinerário genealógico entre a “vontade de verdade” cristã e o niilismo budista (ou “ceticismo em matéria de moral”), destacando ainda alguns comentários de Nietzsche em torno de (...) Kant e o utilitarismo inglês. A autocrítica kantiana do conhecimento, afinal, manteve intacta a valoração negativa (cristã) da vida ao não questionar o valor em si da verdade. Por sua vez, ao arrogar o bem definitivo à felicidade, o utilitarismo inglês tornou a compaixão cristã compatível com o “ceticismo em matéria de moral”. A partir disso, argumentamos que a nova figura moralmente exemplar — não sendo mais a do cristão, alvo principal da genealogia nietzschiana — é a do budista, uma vez que este adere integralmente o niilismo. Em um segundo momento deste estudo, problematizamos a tese de Ehrenberg segundo a qual a figura do “indivíduo soberano” teria hoje se tornado hegemônica sob a égide da categoria da depressão. Não sendo concebível, sob o prisma nietzschiano, tal “indivíduo soberano” deprimido descrito por Ehrenberg, observamos, por fim, que é o niilismo que efetivamente se prolifera hoje: a partir da ilusão de superação total da moralidade, a moral contemporânea cultiva a fraqueza e o cansaço fisiológico através de um programa de combate irrestrito ao sofrimento. (shrink)

The crisis of the theory of socioeconomic formations has recently become clearly apparent in our social philosophy. Earlier as well, the "formational" approach, with its presumption that the new order has "decisive advantages," caused perceptible epistemological difficulties associated with the effect of "inverted perspective." It followed from the theory that socialist Mongolia, Vietnam, and Cuba were a "whole epoch" ahead of the USA and other developed countries of the West that had preserved the outmoded capitalist order.

Originally published in 1923, this title is a critical examination of Freud’s theory of psychoanalysis. A contemporary of Freud, the author sets out to evaluate his theories in a scientific manner, searching for evidence. The result is a rather scathing review of where this is lacking.

The main idea that we want to defend in this paper is that the question of what a logic is should be addressed differently when structural properties enter the game. In particular, we want to support the idea according to which it is not enough to identify the set of valid inferences to characterize a logic. In other words, we will argue that two logical theories could identify the same set of validities, but not be the same logic.

The key stakeholders of the Finnish engineering education collaborated during 2006–09 to reform the system of education, to face the challenges of the changing business environment and to create a national strategy for the Finnish engineering education. The work process was carried out using participatory work methods. Impacts of sustainable development (SD) on engineering education were analysed in one of the subprojects. In addition to participatory workshops, the core part of the work on SD consisted of a research with more (...) than 60 interviews and an extensive literature survey. This paper discusses the results of the research and the work process of the Collaboration Group in the subproject of SD. It is suggested that enhancing systematic dialogue among key stakeholders using participatory work methods is crucial in increasing motivation and commitment in incorporating SD in engineering education. Development of the context of learning is essential for improving skills of engineering graduates in some of the key abilities related to SD: systemic- and life-cycle thinking, ethical understanding, collaborative learning and critical reflection skills. This requires changing of the educational paradigm from teacher-centred to learner-centred applying problem- and project-oriented active learning methods. (shrink)

The theory and practice of advertising self-regulation have been evolving for decades in pursuit of basic standards for advertising quality. In Spain, this discipline was put into practice in 1995, the year the Association for the Self-Regulation of Commercial Communication was created. This article aims to examine in depth the functioning of the Spanish advertising self-regulation system, with special emphasis on the Advertising Jury, and explore to what extent some of the normative requirements of rigour, independence and participation can be (...) considered to have been met. The paper is based on a case study in which interviews with Autocontrol members, Jury members and consumer associations have particular bearing. The results shed light on the achievements of Autocontrol’s self-regulation work and the challenges it still faces. (shrink)

It is commonly accepted by those who consider macroevolution as a process decoupled from microevolution that its apparent jerkiness (and, hence, incompatibility with principles of population genetics) results from the structural complexity of epigenetic systems, since all complex cybernetic systems are expected to behave discontinuously. To analyse the validity of this assumption, the process of self-improvement has been analysed in a complex cybernetic system by means of computer simulations. It turns out that the investigated system tends to develop by accumulation (...) of as small structural changes as possible, while larger changes are likely to result in the collapse of the system rather than in its persistence or improvement. This implies that cybernetic considerations alone cannot justify the claim that the very nature of epigenetic systems induces evolution by discrete steps rather than by gradual accumulation of small changes. (shrink)

Changing the worldview and cultural paradigm of the modern world with the inherent transformation of value orientations and the search for the life-meaning foundations of being leads to increased interest in the problems of spirituality. After all, spirituality is the most important pillar of human existence and the highest principle that determines the essence of man and his over-welcoming purpose. In the historical memory of the people, in its cultural traditions, spirituality has been sanctified for millennia by a religion that (...) sought to restrain primitive instincts and affirmation at all levels of being a moral person. Religion, as a spiritual phenomenon, is directly connected with man, with his attachment to the high meanings and the semantic fullness of being in general. The search for meaning promotes a person beyond the limits of the actual being given to him and ensures the integrity of the individual, affirmation of the person as an origin and bringing it to the culture and values. (shrink)

On fundamentals of Vedanta and science; a study.

For the first time in print, well-known spiritual teacher A.H. Almaas presents the highest level and most profound teachings of the Diamond Approach on the true nature of reality and the path to enlightenment. For more than thirty years, A.H. Almaas has been developing and teaching the Diamond Approach, a spiritual path of self-realization and maturity based on an original synthesis of modern discoveries in the field of psychology and a new paradigm about spiritual nature. If we can say the (...) Diamond Approach has a goal it is to realize the truth at progressively deeper levels until one reaches the ultimate Truth, the Absolute, and to become integrated into that truth so that we are a living presence and embodiment of that truth. The teachings of this path have been unfolding over time, and Runaway Realization presents--for the first time in print--the highest level of teachings in the Diamond Approach in the most profound work by Almaas so far. In this book, Almaas offers a detailed look at the true nature of reality and the nature of enlightenment. He also talks about practice--what it is and what it isn't, and how practice relates to the process of realization. He looks at what it is to be a human being and what our role is in the totality of the universe. The material includes a discussion of the nature of space and time, as well as a view of more and more subtle levels of realization. (shrink)

This is the best general book on philosophy for university students: not just an introduction, but a guide which will serve them throughout their studies. It comprises specially commissioned explanatory surveys of the main areas of philosophy, written by thirteen leading philosophers.

While Caesar as man of letters is most famous for his commentarii, it should not be forgotten that he also wrote two volumes on Analogy and was the author of various verses, one set of which, on the comic playwright Terence and his relationship to Menander, runs as follows : tu quoque, tu in summis, o dimidiate Menander,poneris, et merito, puri sermonis amator.lenibus atque utinam scriptis adiuncta foret uis,comica ut aequato uirtus polleret honorecum Graecis neue hac despectus parte iaceres! 5unum (...) hoc maceror ac doleo tibi deesse, Terenti. (shrink)