O presente artigo examina os temas do desejo, da alteridade e da consciência na filosofia de O ser e nada para circunscrever as questões relativas ao problema do solipsismo e da consciência encarnada no existencialismo sartreano. Neste sentido, o texto situa o estatuto da relação erótica no existencialismo sartriano no contexto geral de sua discussão sobre a alteridade e o lugar destinado às carícias sexuais em suas descrições fenomenológicas. Portanto, o objetivo principal deste artigo é o de apontar um aspecto (...) alternativo para considerar o estado tipicamente conflituoso da relação entre as consciências no existencialismo sartriano. De acordo com nossa hipótese, é possível que as carícias sexuais possam representar um momento, ainda que instável, de reciprocidade carnal na relação entre as consciências na filosofia sartriana de O ser e o nada. (shrink)

Neste artigo discutiremos o conceito de experiência [Erfahrung] em Walter Benjamin a partir de seus ensaios entre 1913 e 1936. Partiremos de seus escritos de militância juvenil a respeito da experiência com a intenção de identificarmos uma oposição entre figuras que reivindicam para si a experiência, a saber, o adulto, o que aconselha o jovem a desistir de si mesmo, e o jovem, que se encontra desorientado em razão dessa cisão entre gerações conflitantes, impossibilitando a continuidade da experiência, mesmo que (...) aqui seja compreendida de forma singular. Em seu ensaio sobre a experiência em Kant e nos neokantianos, a definição de experiência deve ser expandida, não deixando de alcançar o ato de contar histórias e de dar conselhos. Nos escritos de 30, consideraremos a abordagem da decadência da experiência (enquanto coletiva e perpassada por gerações), bem como a ascensão da vivência, que se trata de um vínculo isolado com as coisas em geral, restando formas privadas de lidar com a vida, causando desorientação no indivíduo isolado de sua comunidade real. (shrink)

We applaud Boyer's attempt to ground the psychology of ownership partly in a cooperative logic. In this commentary, we propose to go further and ground the psychology of ownership solely in a cooperative logic. The predictions of bargaining theory, we argue, completely contradict the actual features of ownership intuitions. Ownership is only about the calculation of mutually beneficial, reciprocal contracts.

Découvertes en 1940, les grottes de Lascaux et leurs peintures rupestres témoignent d’une volonté d’arrachement du sujet à une condition primaire : les dessins sur les murs sont une façon d’affirmer une forme d’expression différente de celle utilisée jusqu’alors. Une certaine idée de la sensibilité des individus, ou du groupe afférant à ces peintures est mise en lumière. Les grottes de Lascaux sont une marque du temps témoignant d’une temporalité en fuite vers l’arrière : en documentariste d...

Ao analisar parte da tradição filosófica Ocidental e, em particular, contrapor o ensinamento de mestres e gurus do Oriente aos ensinamentos de escolas metafísicas e de ciência política do Ocidente, o presente artigo, poderá ser dito, insere-se na categoria de filosofia das civilizações. Não estando limitada, porém, a nenhuma dessas civilizações, a arte política, enquanto perícia daquele que governa ou leva a vida feliz, pode ser examinada no prolongamento das suas intersecções e enquanto questão filosófica independente. Neste artigo, o autor (...) parte por isso do pressuposto de que a busca do conhecimento do bom governo e vida feliz é comum a ambas as civilizações ou, mais essencialmente, a todo o homem enquanto homem e, observando a ausência de uma correspondência significativa entre ambas no tema da ciência ou arte política, procura examinar possíveis modalidades específicas dessa investigação. Se puder ser dito que, nesse sentido, a filosofia política é uma modalidade mais específica do Ocidente e, do Oriente, a filosofia do sentir intuitivo, o escopo deste artigo é, então, o exame da possibilidade da filosofia do sentir político enquanto questão filosófica independente. (shrink)

Esta pesquisa se propõe a ser uma forma de análise da práxis cristã, tendo como ponto de partida a experiência místico-religiosa. A resposta de Friedrich Schleiermacher ao Iluminismo tem muito a nos beneficiar, principalmente se levarmos em consideração as críticas de Rudolf Otto. A compreensão do “sentimento de dependência” em Schleiermacher, que se torna em Otto “sentimento de criatura”, e a realidade da experiência de Deus que se conecta à práxis, nos fornecem um excelente ponto de partida para compreensão daquilo (...) que move as pessoas a uma vida de renúncia, servidão e comprometimento com valores e princípios do Evangelho de Jesus Cristo. Com base em uma pesquisa de campo, foi possível perceber que existe uma conexão entre a práxis cristã e a experiência religiosa. Quando há experiência religiosa, há ações cristãs executadas com naturalidade, com maior incidência do que quando não existe tal experiência. Podemos ter muito a perder se acaso deixarmos de considerar o aspecto experiencial da fé cristã com o sagrado. Em primeiro lugar, em nossas formulações teológicas, as quais podem, em maior ou menor grau, enfatizar em demasia aspectos antropocêntricos, deixando de lado o aspecto numinoso. Em segundo lugar, perderemos a oportunidade de influenciar a igreja a vivenciar uma prática espiritual real, que considere, com toda a relevância devida, a experiência de fé e não somente aspectos catequéticos. Por fim, perderemos a possibilidade de analisar a vida de fé, tendo como ponto de partida a experiência de Deus, que pode ter sido agente influenciador número um para uma vida de exemplo de práxis cristã genuína. (shrink)

Cet article propose un panorama de ce que les deux Testaments disent de la «demeure de Dieu», du lieu de sa présence au peuple de l’alliance. Ce grand récit est ici parcouru dans la forme où il est transmis par la tradition juive et chrétienne. Il s’agit d’en dégager non les réalités historiques qui le sous-tendent, mais les figures qu’il dessine autour des lieux ou des modalités de la présence de Dieu. Est ainsi examiné successivement ce qui est dit de (...) la Tente de la rencontre au désert, du temple de Jérusalem, de la destruction de ce sanctuaire et de l’annonce néotestamentaire d’un temple nouveau. (shrink)

Gabriel Marcel is a neosocratic philosopher, a permanent questioner in search for truth. His thought, which is not existentialist in a strict sense, is addressed to the other men and tries to arouse their hope and their ability to heart to heart dialogue.

We describe a strongly minimal theory S in an effective language such that, in the chain of countable models of S, only the second model has a computable presentation. Thus there is a spectrum of an -categorical theory which is neither upward nor downward closed. We also give an upper bound on the complexity of spectra.

Spinoza’s Theological-Political Treatise (TTP) contains two main arguments for toleration, one theological, the other political. In light of the latter, the capacity for judging is embedded in each individual’s power and cannot be overcome or dismissed. The individual, not the state, is the subject par excellence of judgment concerning the true and the good. In the Political Treatise (TP), however, multiplicity takes centre stage. The multitude, a concept that Spinoza had seldom used until then, appears to emphasise that the more (...) powerful individuals become with others, the more likely they are to avoid error in judgment. Does this contrast mean that the TP’s argument from multiplicity undermines the TTP’s political argument for toleration? In this paper, I demonstrate that the strain under which the political argument for toleration seems to be due to the TP’s emphasis on the epistemic competencies of the many is only apparent. To achieve this, I show that Spinoza, under Machiavelli’s influence, endorses a particular form of epistemic democracy, which in turn requires both multiplicity and diversity. The upshot is that we find a third argument for toleration in the TP embedded in the argument from epistemic democracy. (shrink)

Orthomodular logic is a weakening of quantum logic in the sense of Birkhoff and von Neumann. Orthomodular logic is shown to be a nonlinear noncommutative logic. Sequents are given a physically motivated semantics that is consistent with exactly one semantics for propositional formulas that use negation, conjunction, and implication. In particular, implication must be interpreted as the Sasaki arrow, which satisfies the deduction theorem in this logic. As an application, this deductive system is extended to two systems of predicate logic: (...) the first is sound for Takeuti’s quantum set theory, and the second is sound for a variant of Weaver’s quantum logic. (shrink)

A questão dos letramentos e da inovação demonstram-se fundamentais em períodos históricos como o atual, onde as práticas de ensino-aprendizagem tornam-se cada vez mais complexas, que requerem novas abordagens teóricas para compreendermos possibilidades alternativas de ensino. Tendo estas questões em mente, este artigo visa indicar relações possíveis entre o antifundacionismo, o pensamento de Paul Feyerabend e os letramentos científicos. Em um primeiro momento indicaremos questões relativas ao antifundacionismo, e em seguida verificaremos como tal questão se efetiva no pensamento de Feyerabend. (...) Finalizaremos avaliando como esta abordagem pode fundamentar novas práticas educacionais. (shrink)

La notion d’expérience transcendantale correspond dans l’œuvre de Husserl à une reprise radicalement nouvelle du projet classique d’une philosophie première, autre terme employé pour désigner la métaphysique en tant que recherche sur le sens de l’être et sur les principes premiers de sa connaissance. Une telle notion correspond très précisément à ce que Husserl appelle la réflexion phénoménologique transcendantale. Dans ses Méditations cartésiennes, il en livre à la fois le projet et la signi...

In lieu of an abstract, here is a brief excerpt of the content:Spirit and Politics: Some Thoughts on Margaret Watkins’s The Philosophical Progress of Hume’s “Essays”Andre C. Willis (bio)Margaret Watkins’s elegant text, The Philosophical Progress of Hume’s Essays (2019),1 is marked by a Humean approach: it fosters philosophical consideration of both the faculties of the mind and the affective features of experience in ways that bear on practical, moral issues. Ever-attentive to the meaning of Hume’s various nuances and strategic ambiguities, (...) Watkins’s even-handed approach guides us into a broad swath of Hume’s ideas and marches us through a trajectory of secondary interlocutors. It also establishes Watkins as an integral part of Hume’s lineage, in the sense that she understands that thoughtful writing itself is an intellectual virtue. Her “unusual sensitivity, not to life’s daily vicissitudes but to beauties and deformities” (193)2 richly textures her overall argument that positions Hume’s Essays as a filter for his vision of “true philosophy:” that reflective turn towards nature and common life that openly challenges abstruse reasoning, fluently embraces historicism and perspectivalism, and deftly foregrounds the usefulness of ideas over their logical certainty.As much as Watkins reveals Hume’s vision for philosophy, she also extends it; for, among other things, her consideration of Hume’s unique endeavor in philosophical literature (ultimately collected under the title Essays, Moral, Political and Literary [1758]), makes an important twofold contribution to Hume studies. It brings greater attention to Hume’s notion of “public spirit,” a distinct mode of human excellence that combines “benevolence” with “greatness of mind.” And, it aestheticizes some practical dimensions of human life (noted in chapter titles, for example, “Working,” [End Page 143] “Thinking,” “Loving”) without losing track of their socio-political valences. I shall return to these two main points below. As an introductory gesture, I want to note that Watkins’s writing both nicely elaborates Hume’s philosophical vision and thoughtfully broadens his literary insights. It does “the job of putting the audience into a responsive relation with the work of art,” what literary critic R. P. Blackmur identified as “the job of intermediary.”3Generally speaking, Watkins’s mediation filters salient themes and terms from Hume’s corpus through a particularly close reading of the Essays. Cast through her richly stylized analysis, Hume’s foundational ideas of “sympathy,” “convention,” “impressions,” “association,” “imagination,” “artifice,” the “passions” (and more) find fresh interpretive air. An example of this in her first chapter tracks Hume’s use of both “artifice” and “convention” from the Treatise through the second Enquiry to the Essays. For Watkins, a through-line for Hume is that “governing” can be thought of as repeated actions that bridge institutional policy to individual character. To think about governing in this way is to open ourselves to new ways of conceiving potential overlaps between nature and artifice (say, in the instance of a moral virtue like courage [50]). To link categories in the Essays back to their antecedent texts along the lines that Watkins does is to situate them in the context of Hume’s larger thought-project and, indirectly, confirm connections between the individual essays. These conjoinings, for Watkins, suggest Hume’s Essays can be treated together, without either blending their disparate themes or diluting their individual subject matter.4This point stands in opposition to Hume’s own semi-admonishment (1741) that “The Reader must not look for any connexion among these Essays but must consider each of them as a Work apart.”5 Watkins’s response—indicative of the graciousness of her overall tone—is to warmly acknowledge Hume’s reproach and affirm the distinctiveness of each of the essays. She proclaims: “The Essays are not unified” (5). Her thinking about them separately, however, reveals a common practical thread in their form. Watkins characterizes this form as serving “to promote public benefit” (4). I think about this form as being philosophical in the way that Richard Rorty conceives of philosophy as cultural criticism. Watkins, however, wants to emphasize the public character of Hume’s philosophy. She writes: “Hume seeks to benefit the public in two ways. First, he tries to allay irrational attitudes that produce imprudent personal and... (shrink)

En droit pénal, le « parricide » et l’« infanticide » figurent parmi les circonstances aggravantes d’un crime. En 2014, les associations féministes ont sollicité la Délégation aux droits des femmes de l’Assemblée nationale afin que le « féminicide » soit également introduit dans le Code pénal en France. Dans la langue, le mot « féminicide » n’est entré au Robert qu’en 2015. Des dates, des définitions, des lois, des coutumes, des cas, voilà le point de départ de ce livre (...) d’une actualité tragiq... (shrink)