Neste estudo, discutimos representações de memórias da escravidão propostas por dois filmes brasileiros realizados em 2020: “Todos os mortos” (Caetano Gotardo e Marco Dutra) e “A morte branca do feiticeiro negro” (Rodrigo Ribeiro). Valendo-se de fantasmagorias, ambos tratam, cada qual à sua maneira, do passado colonial e racista e, sobretudo, de seus resquícios e permanências no presente. Considerando as noções de anacronismos, sobrevivências e fantasmas exploradas por Georges Didi-Huberman, em diálogo com o pensamento de Walter Benjamin, analisamos aspectos estéticos, (...) narrativos e políticos desses filmes. Assim, problematizamos as maneiras de representar a escravidão no cinema brasileiro frente a um passado traumático e a um presente negacionista. (shrink)

Neste texto me aproximo de táticasde travessia do Mundo Ordenadopara o Mundo Implicado atravésda imagem cinematográfica, es-pecificamente das que emergemno contexto dos cinemas negrosno Brasil contemporâneo. Partin-do da filosofia de Denise Ferreirada Silva, aproximo-me das possi-bilidades de destruição do mundocomo o conhecemos e dos seuscárceres estéticos e analíticos,a exemplo dos engendrados porJoão Carlos Rodrigues no livro ONegro Brasileiro e o Cinema. Porfim, volto-me às imagens de Tra-vessia, filme de Safira Moreira,pensando como ele executa ges-tos de imageação de um Mundo (...) ede um Cinema Implicado. (shrink)

ABSTRACT The purpose of this paper is to study the idea of black visual intonation in the video-essay Love Is the Message, the Message Is Death (2016) by visual artist Arthur Jafa. With the aim at discovering the singularity of black cinema in filmic composition, the artist carried out an experiment to examine how embodied memories emerge in the form of songs and dances, recovering traditional cultural features that the Afro-Atlantic diaspora dissipated. We find that the aesthetic-political singularity of (...) black cinema emerges in the black verbal-vocal-visual intonation, which externalizes interactive inner energies and organizes a critical-discursive space in which black people can talk about themselves, their desires, dreams and sorrows. (shrink)

RESUMO O objeto de estudo do presente artigo é o conceito de entoação visual negra formulado pelo multiartista Arthur Jafa no vídeo-ensaio Love Is the Message, the Message Is Death (2016). Com o objetivo de descobrir a singularidade do cinema negro na composição fílmica, o artista construiu um experimento e examina como memórias encarnadas afloram sob forma de cantos e danças, realinhando formas culturais tradicionais que a travessia diaspórica dispersou. Conclui-se, assim, que a singularidade estético-política do cinema (...) negro emerge na entoação verbi-voco-visual negra que, assim, exterioriza energias interiores interativas e organiza um espaço crítico-discursivo no qual pessoas pretas podem falar de si, de seus desejos, sonhos e aflições. (shrink)

Proposition 5.122 of Wittgenstein’s Tractatus has been the source of much puzzlement among interpreters, so much so that no fully satisfactory account is yet available. This is unfortunate, if only because the containment account of logical consequence has a venerable tradition behind it. Pasquale Frascolla’s interpretation of proposition 5.122 is based on a valid argument and one true premise. However, the argument explains sense containment only in an indirect way, leaving some crucial questions unanswered. Besides, Frascolla does not address the (...) issue of how to make sense containment notationally perspicuous, an essential theme in Wittgenstein’s reflections. In this paper, we elaborate on Frascolla’s account by looking at the issue through the Tractarian notion of logical space. Our analysis shows that, for containment to be fully appreciated, one should adopt a negative perspective on the notion of sense, in line with the exclusionary theory of conceptual content, as labelled by Ian Rumfitt. Besides this, we introduce and discuss two methods—one envisaged by Wittgenstein himself—for making sense containment notationally perspicuous. (shrink)

Assessing the scientific status of theories of consciousness is often a difficult task. In this paper, I explore the dialectic between the Integrated Information Theory, e1003588, 2014; Tononi et al. Nat Rev Neurosci, 17, 450-61, 2016) and a recently proposed criticism of that theory: the ‘unfolding argument’. I show that the phenomenology-first approach in consciousness research can lead to valid scientific theories of consciousness. I do this by highlighting the two reasons why the unfolding argument fails: first, phenomenology-first theories are (...) grounded, not circular. Second, falsificationism does not provide an adequate demarcation criterion in philosophy of science. I conclude that this specific debate has significance for how, in general, consciousness researchers test and criticize theories of consciousness, and how dismissing the phenomenology-first methodology in favour of a third person-based methodology means endorsing a position in philosophy of mind that has already been challenged. (shrink)

Os dois primeiros capítulos dos Evangelhos canônicos de Mateus e Lucas têm dois conceitos teológicos que precisam ser mais investigados. Trata-se de “justiça” e “virgindade”, que podem ser entendidos como “tópoi”, isto é, palavras ou conceitos muito especiais. A tentativa desde artigo é abrir o debate a respeito e propor uma nova leitura dos relatos de Anunciação, desta-cando as figuras fundamentais de José e Maria, referências específicas de Jesus: sua messiani-dade e sua humanidade.

Kenny’s book on Wittgenstein has been studied by hundreds of students. What happens when a student comes to the lecturer and says that Kenny’s formula for the number of truth-functions is wrong? You read the 2006 revised edition of the book and realise that the student is right and are ashamed at not having pointed this out to the class. Then you try to focus on which misunderstandings may lie behind the wrong formula. This is what we are trying to (...) do in these short remarks. (shrink)

La conception selon laquelle l'âme est la forme d'un sujet corporel semble rendre impossible pour Aristote d'admettre la survie de l'âme humaine. En fait, si la mort est aliénation de l'âme par rapport au corps, elle implique la perte de l'identité individuelle et l'âme qui survit devient une forme sans son sujet, ce qui est impossible dans le système d'Aristote. L'article rappelle qu'une distinction doit être faite entre le corps et la matière: la matière est le principe de multiplicité des (...) individus à l'intérieur de la même forme, et appartient à l'essence de l'homme; tandis que le terme de corps réfère aux propriétés et aux activités de l'homme liées à en vertu de l'accident ποσον, la quantité. De cette manière, l'aliénation entre corps âme ne touche pas l'essence de l'homme; elle ne nous laisse pas avec une impossible forme subsistant sans sujet. Cela permet une compréhension nouvelle du sens de la survie personnelle et explique pourquoi dans la génération humaine chose de survient en l'homme, d'en haut et en dehors de tout le cours de la nature. (shrink)

O grupo de escritos chamados Cartas Católicas, junto à chamada Carta aos Hebreus apresenta-se como um testemunho extra-paulino do Cristianismo primitivo. De fato, é o conjunto dos textos narrativos (Evangelhos e Atos) e do Corpus Paulinum (conjunto dos escritos atribuídos a Paulo) que são mais marcantes na compreensão do Evento Jesus Cristo e sua vivência e compreensão no primeiro século. Com frequência, se esquece que o Cristianismo é um fenômeno histórico e social plural. Uma pequena introdução a este tempo histórico (...) e à sua temática é sempre oportuna para compreender as raízes da Igreja. (shrink)