Abstract
Na segunda metade do século XVIII, a circulação de novos modelos culturais – muito em especial o conhecimento científico veiculado pela figura do engenheiro militar e seus saberes – conduziu a uma reformulação dos argumentos identitários da elite de Luanda, e dos lugares de memória a eles associados. Ao argumento da (re)conquista de Luanda aos holandeses, situada num tempo ciclicamente rememorado – os antigos conquistadores – vem acrescentar-se o argumento da naturalidade – os angolenses. Essa nova formulação, que decorre também de uma reelaboração do arquivo e/ou biblioteca coloniais, seria daí por diante, ao longo do século XIX, retomada e associada ao tempo em que foi produzida (o tempo do governador D. Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho), e assim também convertida num (novo) lugar de memória.