A filosofia chinesa, tal como de resto a língua (em que ela é elaborada), sugerem que o Tempo, desde sempre no centro do debate filosófico ocidental, não é uma questão colocada na e pela tradição chinesa. Livre da categoria linguística da flexão verbal, que obriga a opor/separar os tempos (presente, passado e futuro) entre si e a escolher, necessária e exclusivamente, uma modalidade temporal, a língua chinesa presta-se melhor a dar conta do processo contínuo das coisas. Não será, portanto, de (...) admirar que a filosofia chinesa tenha pensado o viver no presente, interessada como esteve, não no Ser ('ser' é, de resto, um verbo inexistente em chinês clássico) mas no Processo. No pensamento do Devir Processivo, como lhe chama François Jullien, no qual o tempo é entendido como 'momento(s) propicio(s)', os domínios do objectivo e do subjectivo não aparecem separados. Assim, a arte de viver assenta, antes do mais, na correlação entre as categorias da 'oportunidade' (o que vem ao nosso encontro – o tempo como momento qualitativo) e a 'disponibilidade' (a abertura que temos de ter para o acolher). (shrink)

Resumo: Nas últimas décadas, a pesquisa interdisciplinar tornou-se uma tendência. A linguagem visual e o pensamento cultural são dois diferentes conceitos, cada um com seus próprios métodos de pesquisa e seus referenciais teóricos. Entretanto, pesquisadores vêm percebendo que combinar a linguagem visual com o pensamento cultural pode oferecer compreensões e análises mais amplas e profundas. O propósito deste trabalho é ampliar o entendimento das pessoas sobre a linguagem visual e o pensamento cultural. Através da exploração interdisciplinar, as conotações e os (...) significados culturais, por trás das imagens, podem ser profundamente examinados, a fim de revelar as diferenças e semelhanças entre as diferentes culturas, o que ajuda a aumentar a conscientização da diversidade cultural e a promover a troca e o entendimento entre as diferentes culturas. Esta pesquisa pode ser usada como um recurso para o desenvolvimento social e ter um impacto significativo no desenvolvimento da economia, resultando em um novo pensamento cultural. Ao mesmo tempo, ela também é um fator central de poder tecnológico. Como um elemento e símbolo de soft culture, a linguagem pode desempenhar um papel na diplomacia pública e participar do pensamento cultural e da competição. À medida que a sociedade humana entra na era da mídia da internet, a vida e o equipamento linguístico das pessoas fazem um progresso significativo. (shrink)

As chamadas políticas de identidade estão hoje enfatizadas entre os debates educacionais em esfera global-local, reiterando, na luta discursiva, significantes como currículo, cultura, alteridade e diferença. A aposta em termos como diálogo e tolerância não tem sido casual. No Brasil, as demandas da diferença vêm sendo objeto de múltiplas articulações políticas, sobretudo, desde os anos pós-ditadura militar em meio a estratégias e tensões que ressignificam, segundo o contexto, acordos e dissensos. Em jogos de poder, questões circunscritas pela ênfase (...) em raça/ etnia, gênero e sexualidade, principalmente, tem ocupado espaços de discussões. O objetivo deste trabalho, nesse contexto, indubitavelmente conflituoso, é argumentar em defesa da compreensão dos processos híbridos de subjetivação, ampliando espaços para a diferença e para a ambivalência, em vez do enfoque na luta entre opostos com base em sujeitos pré-dados. Assim, distanciando-me da dialética hegeliana, procurei tecer no presente texto um diálogo com o pesquisador indo-britânico Homi Bhabha, bem como algumas das suas bases epistemológicas e filosóficas, cujo escopo teórico e político tem sido reler e ressignificar os debates da diversidade e do multiculturalismo sob a ótica pós-colonial dos fluxos e do hibridismo. Nesse sentido, currículo está longe de ser pensado por limites eficientistas e instrumentais, tal como documento, como grade curricular, como base estrutural. Em uma abordagem não realista, currículo é pensado como uma política cultural, constitutivo pela contingência, entendido como a própria luta pela enunciação do que vem a ser currículo, a qual se dá, inexoravelmente, no terceiro espaço ou nos interstícios, conforme propõe Bhabha. Palavras-chave: currículo. Subjetivação. Política. Diferença. Política cultural. (shrink)

Resumo: A civilização ecológica é uma forma de civilização e possui valores culturais. No processo de desenvolvimento econômico e social, devido às diferenças nas práticas sociais, diferentes países, regiões e grupos étnicos são forçados a diferir em sua compreensão da conotação da civilização ecológica e de sua expressão externa. No contexto da diversidade cultural, o desenvolvimento da educação da civilização ecológica na China é um projeto sistemático de longo prazo, que requer a participação conjunta do povo, e pode, de modo (...) geral, ser realizado em três níveis, incluindo o nível social, o nível nacional e o nível escolar. O presente artigo argumenta que toda a sociedade é o solo para desenvolver a educação da civilização ecológica; na China, o governo é a garantia externa e as escolas são o principal campo de batalha. Nesse sentido, o governo confia essencialmente nas escolas para alcançar o objetivo da educação da civilização ecológica. Portanto, o presente artigo se concentrará no nível escolar, baseado na diversidade cultural dos dias atuais, para discutir as contramedidas para o desenvolvimento da educação da civilização ecológica, na China, que inclui o sistema de metas, professores, estudantes, currículo, metodologia e meio ambiente. Além disso, o presente artigo toma a região de Sichuan-Tibet e a cidade de Tianjin como exemplos para elaborar as ações específicas de integração da cultura ecológica étnica com a educação da civilização ecológica nas escolas. (shrink)

Over and above differences in terminology and cultural background, we try to show that the quantum physicist, David Bohm, and poststructuralist philosopher, Gilles Deleuze, shared a common aim in thought: to replace the classical image of reality, which is still dominant in our time, with a metaphysics finally in agreement with the concepts and results of relativity, quantum mechanics andcontemporary biology. For these two thinkers, the world of things that are well individuated in space and time, and ordered according to (...) mechanical relations of cause and effect, are nothing but the momentary expression of an “undivided wholeness in flowing movement” that constitutes its true ontological ground. By means of this new metaphysics, the world of daily experience and classical science appears as the explicit manifestation or development of implicate order that undivided wholeness contains virtually in itself at deeper and deeper levels of envelopment and imbrication. The explicit world is the result of a process of repetition, deceleration and temporal stabilization, triggered by the interaction of our measuring instruments – technical devices, sensory organs and motors, a priori forms and categories of the understanding – with moving wholeness, the thinking and observing subject of which represents a momentary and partial reflection rather than a solitaryand autonomous fragment. By criticizing the classical image of thecorrespondence/adequation of being and thought, Bohm and Deleuzeshow that the thought seeking to grasp this wholeness in flowingmovement inevitably interacts with it – by modifying, recreating andaccomplishing it in one direction rather than another. Thought thusresembles a dance that tries to harmonize with the universal flux thatgenerates and carries it away in a single movement with matter. **************************************************************************************************** ***********************Para além das diferenças de terminologia e de background cultural, tenta-se aqui mostrar que o físico quântico David Bohm e o filósofo pós-estruturalista Gilles Deleuze tiverem um objetivo comum de pensamento: substituir a imagem clássica da realidade, ainda dominante em nossa época, por uma metafísica finalmente de acordo com os conceitos e resultados da relatividade, da mecânica quântica e da biologia contemporânea. Para estes dois pensadores, o mundo das coisas bem individuadas no espaço e no tempo, e ordenadas conforme as relações mecânicas de causa e efeito, não é nada outro que a expressão momentânea de uma “Totalidade indivisa em devir” que constitui seu verdadeiro fundamento ontológico. Pelo meio desta nova metafisica, o mundo da experiência cotidiana e da ciência clássica aparece como a manifestação explicita ou desenvolvida da ordem implícita que a totalidade indivisa contém virtualmente nela mesma em níveis de envolvimento e de imbricação sempre mais profundos. O mundo explícito é o resultado de um processo de repetição, desaceleração e estabilização temporal, desencadeado pela interação de nossos instrumentos de medição -- aparelhos técnicos, órgãos sensoriais e motores, formas “a priori” e categorias do entendimento – com uma totalidade movente no qual o sujeito pensante e observante representa um reflexo momentâneo e parcial ao invés de um fragmento solitário e autônomo. Ao criticar a imagem clássica da correspondência/adequação entre o ser e o pensamento, Bohm e Deleuze mostram finalmente que o pensamento que intenta capturar esta Totalidade em devir interage inevitavelmente com ela, modificando-a, recriando-a e realizando-a em uma direção ao invés de outra. O pensamento se aparenta assim a uma dança que tenta se harmonizar com o flux universal que o gera e o leva em um movimento só com a matéria.Palavras-chave: Bohm; Deleuze; totalidade indivisa em devir; física quântica; pós-estruturalismo; ontologia. (shrink)

O conceito de acontecimento é um dos temas centrais do pensamento de Heidegger e oferece um fio condutor para a compreensão de sua obra. Este artigo mostra como a gênese deste conceito está diretamente relacionada à transformação da fenomenologia empreendida por Heidegger ao longo de suas primeiras preleções em Freiburg e fornece algumas indicações sobre a importância deste tópico para o desenvolvimento da ontologia fundamental em Ser e tempo. Nossa análise se divide em três partes. Em primeiro lugar, abordamos a (...) relação entre a intencionalidade e mundo. O nexo do mundo é o espaço de constituição primário da experiência intencional. Essa relação aponta para a crítica de Heidegger à abstração da ontologia formal e para a estrutura do acontecimento como o modo em que se dá a experiência do eu concreto e histórico. A seguir, analisamos o conceito de fenômeno em Heidegger para distinguir sua filosofia da fenomenologia transcendental de Husserl. O elemento central dessa diferença reside na introdução da dimensão de acontecimento e situação no fenômeno, que não se encontra presente no modelo husserliano da intencionalidade. Por fim, apresentamos uma interpretação da relação entre vida fática, acontecimento e situação, para apontar algumas consequências da introdução do problema da história na fenomenologia. (shrink)

O a priori universal da correlação entre o ente transcendente e seus modos subjetivos de doação desenha o quadro mínimo de qualquer abordagem que se reivindique fenomenológica. Seu objetivo próprio é, então, caracterizar ao mesmo tempo a natureza exata da relação e o sentido de ser dos termos em relação, a saber, do sujeito e do mundo. Trata-se de mostrar que uma análise rigorosa da correlação necessariamente se desdobra em três níveis e que a fenomenologia está, assim, destinada a ultrapassar-se (...) a si mesma em direção a uma cosmologia e a uma metafísica. A correlação fenomenológica, a qual se estabelece como sendo, no fundo, a relação entre um sujeito que é desejo e um mundo que é profundidade, supõe sua filiação comum a uma physis, cuja descrição depende de uma cosmologia. Mas a diferença do sujeito, sem a qual não há correlação, remete ela própria a uma cisão, ainda mais originária, a qual afeta o processo mesmo da manifestação e abre espaço a uma metafísica. Nós mostramos, portanto, que a fenomenologia se realiza sob a forma de uma dinâmica geral da manifestação, na medida em que ela é necessariamente conduzida a pensar o movimento sob a tripla figura do desejo que atravessa nossa existência, do arquimovimento da manifestação e do arquievento da cisão que o afeta. (shrink)

Muito se tem falado acerca de avaliação unitária do que é publicado, mas pouco se tem discutido acerca dos veículos que asseguram todo o processo de avaliação. Trata-se de um interesse ingente da época – e interesse parece uma roupa bem mais leve para encobrir a palavra moda – que recai sobre a cientometria, que é o Cíclope que domina e percorre o grande domínio da produção científica atual. Sua ingente tarefa é metrificar essa produção científica pelo número de citações. (...) Mas esse Cíclope não poderia estar a fazer seus trabalhos de modo tão incansável nas oficinas do norte do globo terrestre, forjando incansavelmente números sobre números, coletando citações de citações, erigindo estatísticas e mais estatísticas, sem que os resultados de seus esforços não desabassem pesadamente sobre a pós-graduação brasileira. Não se precisa ir longe para entender fenomenologicamente esse processo, nem se precisa vasculhar a bibliografia especializada em busca de alguma explicação complicada e abstrata. Basta olharmos as lives recentes do período da pandemia, de 2020, e se perguntar por que brotaram em tão grande número, e por que tantas pessoas com perfil especializado acorreram às suas discussões. No final das contas, em um processo de avaliação sem coparticipação, elas foram o único modo de expressão e organização espontânea de grupos de pesquisa muito bem enraizados e que têm levado à frente a produção científica do país há décadas. Foram esses grupos que se organizaram, espontaneamente, para dar vazão à própria voz, e para dizer que passarão a ser avaliados por critérios que nunca nortearam a própria produção. É claro que se pode argumentar que os critérios de avaliação da produção científica sempre podem e devem ser alterados, e que sempre o foram historicamente. De qualquer modo, haveria de se discutir seriamente se o critério aplicável a um quadriênio poderia ser definido no final desse quadriênio, quando todas as opções editoriais, por parte dos periódicos, e de escolha de veiculação, por parte dos pesquisadores, já foram feitas, e se encontram cimentadas e encerradas. Também seria importante discutir se deve haver um mínimo de continuidade na passagem de um sistema de avaliação a outro, e qual seria o tempo adequado de adaptação aos futuros novos critérios que viessem a ser adotados. Fatores simples e imediatos da produção científica, bem assentados há tempos, parecem escapar à CAPES: que o impacto de trabalhos na área básica das ciências é bem diferente do impacto de artigos nas áreas que delas se ramificam; que algumas pesquisas tem interesse específico ou fortemente regional, justamente porque resolvem problemas acentuadamente aderidos a um contexto; que a língua em que se publicam trabalhos deve atender à integração e à formação de uma grande comunidade de pesquisadores; que a forte presença de artigos internacionais em um periódico pode expressar a força desse veículo, mas também pode indicar que ele atende principalmente interesses de pesquisa alheios à comunidade nacional, deixando de parte a missão de fortalecer o seu núcleo de pesquisadores, etc. E isso é apenas uma parte da história. Ainda caberia perguntar, no tocante à avidez de cientometria, qual o conúbio de interesses que ela atende: quem recolhe esses dados; com que interesses o faz; como seleciona e padroniza os dados que divulga; como os disponibiliza; como vende o seu acesso; como determina políticas de produção do conhecimento científico ao assim proceder, etc. Uma coisa é certa, todo esse conjunto de questões passa ao largo de nossos gestores, preocupados em avaliar os PPG’s a partir da produção atomizada de seus pesquisadores. Os periódicos, que são o veículo da produção, nunca entraram em questão. Altamente penalizados com todas as políticas que visam avaliá-los, nunca foram convidados a participar desse debate. Na visão de cima para baixo, são o polo passivo, lábil, sempre pronto a se adequar aos supostos objetivos maiores que os ultrapassam. É notável como os periódicos, que sobrevivem em sua maior parte por si próprios, são tratados como algo de pouca monta, como se fosse indiferente a sua contribuição na divulgação do conhecimento científico. Eles são vistos como um produto da evolução em sua concepção mais crua: estabeleçamos os critérios e que sobrevivam os melhores. Muito deveria e deve ser falado sobre uma política para os periódicos, mas, para não ficarmos em lamentações nesse fechamento de quadriênio, vamos entrar no terreno dos avaliadores, para averiguar a consistência da proposta de quem nos avalia. Sob muitos ângulos que se analise, sempre será direto argumentar que o fator de impacto – principal critério erigido para o encerrado quadriênio – é uma métrica importante para a avaliação. Concedamos superficialmente que isso é pertinente para avaliar a produção unitária de cada pesquisador. Muita gente imposta a voz para nos advertir sobre o quão responsável é proceder de tal modo. Ainda assim caberia a pertinente pergunta: Em que o fator de impacto seria útil não para se avaliar a importância de um periódico, mas para uma agência estimular e aprimorar a veiculação da produção do conhecimento científico? Pode um periódico que não veicula a produção em área básica ser avaliado em nível de igualdade com outro que tem esse perfil? Se um periódico centra seus esforços em uma subárea restrita de conhecimento, pode ele ser subavaliado por ter esse recorte editorial? Para entramos no terreno prescritivo, sempre perigoso para a vida da ciência, também podemos indagar: “Deve” um periódico publicar maiormente (nota bene, essa é uma questão para o avaliador, e só ele, responder) os assuntos que reconhecidamente têm tendência a ter um maior fator de impacto? “Deve” um periódico ter como sua missão editorial prioritária publicar artigos com alto fator de impacto, e se organizar para tanto, uma vez que isso passa a medir sua excelência? E indo mais além, e penetrando no fulcro do processo de avaliação, também é pertinente perguntar: Se o fator de impacto é o do artigo citado, pode um pesquisador, que tenha publicado em um periódico de alto fator de impacto, ser bem avaliado justamente pelos outros artigos que ali se encontram e que erigiram aquele fator de impacto? Um artigo de pequeno fator de impacto, publicado junto com outro de elevado fator de impacto, pode receber a métrica que seria atribuída ao periódico? Pode, por fim, o periódico ser responsabilizado por uma métrica geral que será atribuída a cada pesquisador? Fundamentalmente é preciso se perguntar: Em que essa medida aprimora e melhora o processo de avaliação? De que modo ela ajusta os critérios de justiça, para ter um processo mais equitativo para todos os envolvidos? Em que parte das decisões tomadas para o encerrado quadriênio alguém deixou um mínimo expediente concreto voltado para valorizar e aprimorar a contribuição dos veículos que asseguram a mediação de todo o processo, a saber, os periódicos? Para evitar fazer um Qualis dos Artigos, decidiu-se fazer um Qualis dos Periódicos, e agora nos encontramos em um momento em que essa proposta exibe toda a sua inconsistência para os mediadores, porque ela descentra o editor com questões alheias à veiculação do conhecimento científico. E de maneira irracional, sem direito à instância de apelação, sem um necessário norte estabelecido antes dos crivos orientadores do processo, nos entregaremos agora a um processo de avaliação decidido ao final do decurso do quadriênio, e que, para salvar mais um herói internacional, a ciclópica cientometria, desconsidera todo o esforço histórico dos periódicos para veicular e publicizar a produção científica no país. Isso posto, passemos então à apresentação do septuagésimo segundo número, que sobreviveu a esse quadriênio, e viçou em terreno impróprio, contra todas as regras, antieuclidianamente. [...]. (shrink)

O presente artigo objetiva refletir sobre os impactos da globalização econômica na cultura contemporânea. O processo acelerado de transformação da cultura e das relações sociais distingue-se de outros processos de mudança estrutural porque as mudanças no campo da economia desde a década de 1980 provocaram uma grave crise cultural. O que mais caracteriza os novos tempos é a expansão do mercado que se torna omniabrangente e omnipresente, transformando as relações humanas em relações de mercado. Globalização neoliberal e a expansão do (...) mercado se articulam e isso gera profunda crise da cultura. A racionalização produzida pela modernidade reduziu o ser humano e a natureza aos interesses produtivos. A crise na primeira modernidade faz emergir outra redução: a razão substituida pela sensação. Daí caminha-se para um radical individualismo, até ao indiferentismo e a recusa de se buscar um sentido ou significado para a experiência e a vida humana. Essa realidade oferece riscos para o Cristianismo e as religiões. Elas podem ceder à tentação do mercado, à satisfação do desejo, do gozo superegóico, com dupla conseqüência: ou oferecendo uma religião de consumo e da prosperidade econômica, ou o fundamentalismo que leva os fiéis à renunciarem à sua autonomia e se submeterem às lideranças religiosas da “Ordem Simbólica”. Na conclusão o artigo apresenta as mais recentes críticas do cristianismo a essa realidade, retomando o pensamento de João XXIII, Paulo VI e João Paulo II. Palavras-chave : Cristianismo; Globalização; Economia; Cultura Contemporânea, Ensino Social da IgrejaThis article aims to reflect on the impacts of globalization economy in contemporary culture. The accelerated transformation of culture and of social relations differs from other processes of structural changes because change in the field of economy have caused serious cultural crisis since the 1980s. What best characterizes the new era is the expansion of market that has increasingly been “all embracing” and “omnipresent”, thus transforming human relations in market relations. Neoliberal globalization and the expansion of market articulate themselves thus producing a deep crisis of culture. Rationalization produced by modernity has reduced human being and nature to productive interests. Crisis in early modernity brings out another reduction: the one of reason replaced by sensation. In this way one can say that it has emerged a radical individualism and even a kind of indifferentism as well as the refusal to look for a sense or a meaning to the experience and human life. This reality presents some risks to Christianity and religions. They may succumb to the temptation of the market, satisfaction of desire and hiper egoic enjoyment, with double consequence: or by offering a religion based on consumerism and on economic prosperity, or by offering a fundamentalistic perspective that leads believers to renounce their autonomy and submit themselves to the religious leaders of the "Symbolic Order ". This articles ends up by presenting the most recent criticism of Christianity to this reality, returning to the thought of the popes John XXIII, Paul VI and John Paul II.] Key words : Christianity; Globalizing; Economics; Contemporary culture, Church’s Social Teaching. (shrink)

Este artigo trata de um dos rituais mais importantes do Islã, que é a realização do Hajj (peregrinação à Meca) e da Umrah (peregrinação menor). O Hajj é o quinto pilar da religião e deve ser feito se a pessoa tiver condição física e econômica para empreender a peregrinação de acordo com o calendário islâmico. A realização do percurso se dá em cinco dias, que devem ser cumpridos à risca. A Umrah é recomendável e pode ser feita em qualquer período (...) do ano: trata-se a apenas da visita à Caaba. O percurso do Hajj prefigura tempos, símbolos e gestos . Esses elementos podem consubstanciar o rito como performance religiosa, pois determinam um tempo que se repete, como apontou Leach (1971), o que torna o muçulmano um outro , após participar deste ritual. Após fazer o hajj, o peregrino torna-se um hajji, muda de vida, assim como podemos verificar nas transformações apontadas por Schechner(1985): a pessoa não é a mesma depois desta experiência religiosa. A Umrah embora não seja peregrinação, propriamente dita, e sim uma visita, também é carregada de simbolismo e provoca uma transformação no fiel, como é possível perceber em um dos relatos deste artigo. Palavras-chave : Antropologia da performance. Transformado e transportado. Hajj . Comunidade muçulmana no Brasil.This article deals with one of the most important rituals of Islam, which is the realization of the Hajj (pilgrimage to Mecca) and Umrah (lesser pilgrimage). The Hajj is the fifth pillar of the Islam and should be done if the person has physical and economic condition to undertake the pilgrimage according to the Islamic calendar. The completion of the course takes place over five days, which shall be fulfilled to the letter. The Umrah is recommended and can be made at any time of the year: it is just a visit to the Kaaba. The journey of Hajj prefigures times, symbols and gestures. These elements may involve a religious ritual as performance; they determine a time that is repeated, as pointed out by Leach (1971), which makes the Muslim another individual after attending such ritual. After making the hajj, the pilgrim becomes a hajji and then his life is changed, as we can see through the transformations indicated by Schechner (1985): the person is not the same after this religious experience. The Umrah is not, strictly, a pilgrimage, but a visit, full of symbolism that provokes changes in the faithful, as one can see in one of the reports of this article. Keywords: Anthropology of performance. Processed and transported. Hajj. Muslim community in Brazil. (shrink)

The article is based on reports and discussions held during three online events organized by the Russian Research Center for the Internet of Things together with the Department of Philosophy and Sociology of South-West State University during 2021: an open discussion with the famous transhumanist philosopher David Pearce dedicated to the birthday of Jeremiah Bentham on February 15, a round table dedicated to the World Internet of Things Day on April 9, and a session within the first IoT Hot Spots (...) conference on June 16. The main topics for discussion this year were the consideration of the following philosophical and socio-cultural problems and concepts in the light of the development of cyberphysical systems: anthropological differences between the «posthuman» and «metahuman» projects, epistemological aspects of bio- and cybersemiotics in modern hybrid techno-social networks, the cultural dimension of remote proximity in the digital age, the ontology of the quantum complexity of the digital multiverse, the ethical dimensions of the digital economy in the post-covid period, the aesthetics of metamodernism in the smart city, the anthropocene effects of silicon addiction and the race of computing, socio-philosophical problems of management in situations of high uncertainty, political strategies for sustainable development. (shrink)

The boundaries of social acceptance and models of convergence of human and non-human actors of digital reality are defined. The constructive creative possibilities of convergent processes in distributed neural networks are analyzed from the point of view of possible scenarios for building “friendly” human-dimensional symbioses of natural and artificial intelligence. A comprehensive analysis of new management challenges related to the development of cyber-physical and cybersocial systems is carried out. A model of social organizations and organizational behavior in the conditions of (...) cyberphysical reality is developed. The possibilities of reconciling human moral principles and “machine ethics” in the processes of modeling and managing digital reality are studied. The significance of various concepts of digital, machine and cyber-anymism for the socio-cultural understanding of the development of modern cyber-physical technologies, the anthropological dimension of a smart city is revealed. The article introduces the concept of hybrid society and shows the development of its models as self-organizing collective systems that consist of co-evolving biohybrid and socio-technical spheres. The importance of modern anthropogenic research for sustainable development is analyzed. The process of marking ontological boundaries between heterogeneous modalities in the digital world is investigated. Examples of acute social contexts that are able to set the vector of practical philosophy in the modern digital era are considered. (shrink)

The author investigates the content of the notion of subject from the evolutionary-epistemological point of view. She claims that evolutionary epistemology does not clarify this problem by itself and argues that this state of affairs raises a number of problems such as absolutization of adaptationism, biologism in knowledge, lack of a clear demarcation between animal cognition and human cognitive activity. It is argued that a man is the only subject of cognition in evolutionary epistemology. Inasmuch as person constructs and enriches (...) the environment he becomes a pressure factor by himself. This claim is argued to counter the thesis of adaptation. So adaptationist interpretation of the evolution of human cognitive activity is insufficient. The phenomenon of environmental change through the development of cognitive abilities by the person is represented in society, communication and culture. Cognition is determined by anticipating the result of purpose. In this connection, the constructive activity of the cognitive person confronted with the limitations of her own cognitive capabilities and environmental restricting factors. Thus, the evolution of man is considered as self-development, which is carried out through the creative overcoming external and internal constraints through the constructive activity of the agent of cognition. (shrink)

Después de haber analizado las razones que indujeron a las antiguas matemáticas griegas y de que Aristóteles sólo admitiera una débil forma de lo infinito, se explora una ampliación de este concepto más allá de sus referencias numéricas y geométricas. El infinito puede expresar la “inagotable” riqueza ontológica de los atributos de las entidades individuales o, en otro sentido, el infinito puede ser entendido como aquello “ilimitado”. En este segundo sentido la “negación” se presenta como una fuerza positiva en la (...) formación del sentido ontológico de lo infinito.After having analyzed the reasons that induced ancient Greek mathematics and Aristotle to admit only a weak form of the infinite a broadening of this notion beyond its numerical and geometrical references is explored. The infinite can express the “inexhaustible” ontological richness of the attributes of individual entities or, in another sense, the infinite can be understood as the “unlimited”. In this second sense the “negation” appears as a positive force in the shaping of the ontological meaning of the infinite. (shrink)

What do we mean when we say time passes? How do contingency and anachronism and other philosophical concepts bearing on time affect the more (seemingly) concrete realities of our political and cultural lives? In ways small and great, personal and cultural, we all experience the mutability of time. We feel it expand and contract, speed up and slow down, as it bends to the imperatives of memory, money, and the media. In our own time (itself a pregnant phrase) we have (...) witnessed a disengagement with the past even as technological advances have allowed us to capture and reproduce past time as never before. How are we to make sense of this paradox? In this wide-ranging meditation on the meaning of time, Sylvaine Agacinski weaves together discussions of Aristotle, Kant, Hegel, Freud, Heidegger, Baudelaire, Barthes, and especially Walter Benjamin--her model for the modern "passer of time"--as she traces a time line of the philosophy of time. After examining how shifting attitudes toward the passage of time have affected everything from art criticism to the development of photography to the rise of modernism itself, Agacinski concludes by proposing a rethinking of democracy that emphasizes patience in the face of our current temporal frenzy. (shrink)

The purpose of this article is to examine the relationship between philosophy (considered as an expression of fundamental values) and development, this here particularly understood in its economic sense. The author starts with an exploration of the meaning of development and then goes on to evaluate the views and perspectives that tend to argue against philosophy in its broadest sense (that is considered simply as a worldview or as a system of values) occupying a distinct and significant role in development. (...) In order to demonstrate this important point, the author explores what he considers to be the impact of the traditional African ethical outlook and values in relation to the economic activities and the process of development in contemporary Africa. O objectivo deste artigo é analisar a relação entre a filosofia (considerada como expressão de valores filosóficos fundamentais) e o desenvolvimento, sendo este especialmente entendido no sentido económico. O autor começa por explorar o significado de desenvolvimento e, em seguida, continua com a avaliação das visões e perspectivas que tendem a argumentar contra a filosofia no seu sentido mais alargado (isto é, a filosofia considerada simplesmente como visão do mundo ou como um sistema de valores) que ocupam um papel distinto e significativo no desenvolvimento, sendo esta exploração e avaliação efectuadas no sentido de argumentar que a filosofia tem, de facto, um papel muito distinto e significativo a desempenhar no processo de desenvolvimento, mesmo no sentido económico do termo. Para demonstrar este importante aspecto, o autor explora o que ele considera ser o impacto da perspectiva ética e dos valores tradicionais africanos em relação com as actividades económicas e o processo de desenvolvimento na África contemporânea. (shrink)

Business leadership increasingly requires a master’s degree in business and graduate management admission test scores continue to be an important component of applications for admission to such programs. Given the ubiquitous use of GMAT scores as gatekeepers for business leadership, GMAT scores are likely to influence organizational ethical behavior through gender, cultural, and other biases in the GMAT. There is little prior literature in this area and we contribute by empirically documenting that GMAT scores are negatively related to the cultural (...) dimensions of masculinity and power distance and are positively related to math literacy, uncertainty avoidance, and individualism. We estimate that cultural factors may account for as much as an 80-point difference in cross-national mean GMAT scores which are also related negatively to local language literacy, national educational spending, wealth per capita, wealth inequality, and gender development. Most interestingly, we also find a significant negative association of GMAT scores with ethical orientation. These findings have important implications for business schools and corporate ethics and leadership. (shrink)

Business relations rely on shared perceptions of what is acceptable/expected norms of behavior. Immense expansion in transnational business made rudimentary consensus on acceptable business practices across cultural boundaries particularly important. Nonetheless, as more and more nations with different cultural and historical experiences interact in the global economy, the potential for misunderstandings based on different expectations is magnified. Such misunderstandings emerge in a growing literature on "improper" business practices – articulated from a narrow cultural perspective. This paper reports an ongoing research (...) on the cultural and contextual aspects of business ethics. The objective is to investigate how the perception/attitudes of business students towards the ethical dimension of doing business varies in different countries; Whether there are socio-cultural factors that influence the perception of ethicality in business practices. Research findings among business students in six countries: China, Egypt, Finland, Korea, Russia, and the U.S.A. are reported. While all groups had basic agreement on what constitutes ethical business practices, differences are found in the respondents'' tolerance to damage resulting from "unethical" behavior. Without underestimating the role of national culture, variations in research results also point to the importance of current socio-political developments in the relevant countries. Implications for business teaching and management development are discussed. (shrink)

The authors have undertaken a study to explore the views in non-Western cultures about ending the lives of newborns with genetic defects. This study consists of including active euthanasia alongside withdrawal and withholding of treatment as potential methods used.Apart from radicalising the support for active euthanasia in certain instances of neonatal diagnoses, is another interesting point that views of children and death are shaped by religion and culture and are especially highly charged with culturally specific symbolism/s. Furthermore, this is augmented (...) in the context of non-Western cultures—further polarising the positivist ethics of Western scientific medicine from the cultures that affect only those who are members of ‘other’ societies.From this starting point, the authors shift the focus from clinical explanations of the causation and prognosis of the genetic defects and enter a dialogue with cultural narratives. Consequently, their argument is, broadly, a reassessment of medical practice as a contextualisation of a particular culture/s rather than indifferent or independent from cultural forces or influences.This is a radical claim. …. (shrink)

Whilst there have been serious attempts to locate the practice of male circumcision for religious motives in the context of the (respective) religion's narrative and community, the debate, when referring to a clinical context, is often more nuanced. This article will contribute further to the debate by contextualising the Islamic practice of male circumcision within the clinical setting typical of a contemporary hospital. It specifically develops an additional complication; namely, the child has a pre-existing blood disorder. As an approach to (...) contributing to the circumcision debate further, the ethics of a conscientious objection for secular motives towards a religiously-motivated clinical intervention will be explored. Overall, the discussion will provide relevance for such debates within the value-systems of a multi-cultural society. This article replicates several approaches to deconstructing a request for conscientious refusal of non-therapeutic circumcision by a Clinical Ethics Committee (CEC), bringing to light certain contradictions that occur in normatively categorizing motives for performing the circumcision. (shrink)

Ethno-pragmatics as device to understand the culturally Other is essential when we believe that there is a nexus of intimate relationships between languageand culture. The whole idea of ethno-pragmatics is to understand local life-worlds in the wake of celebrating particularism in inter-cultural communication. Ethnopragmatics basically appreciates language practices in terms that make sense to the people concerned, whether in terms of indigenous values, beliefs, attitudes, social categories or emotions, and so on. Understanding cultural keywords is pertinent in ethno-pragmatics. These living (...) words provide the best key to a culture’s values and assumptions, and they are embedded in the cultural scripts of the society/community. With the above positioning, we suggested that ethno-pragmatics be the device for intercultural communication intelligence (ICQ). In this work we employed a cultural script quest in order to capture/understand the tapestry of Malay culture. Bahasa (“language”) is one of the main Malay cultural keywords. The Malays relate bahasa to various norms and beliefs that encompass their life-world. Bahasa is molecularly related to their emotions, sense-making and aesthetics. As an illustration, we provide ICQ-at-work with halus as a technique of utilizing bahasa for successful speech-acts. Specifically, we narrate on Malay “indirectness” as a way of having conversation with the culturally Other. (shrink)

Ahmed uncovers new historiographical perspectives by critically examining the work of prominent intellectuals, such as Muhammad Abduh, Qasim Amin and Abdul A'la Maududi.

_The Promise of Happiness_ is a provocative cultural critique of the imperative to be happy. It asks what follows when we make our desires and even our own happiness conditional on the happiness of others: “I just want you to be happy”; “I’m happy if you’re happy.” Combining philosophy and feminist cultural studies, Sara Ahmed reveals the affective and moral work performed by the “happiness duty,” the expectation that we will be made happy by taking part in that which is (...) deemed good, and that by being happy ourselves, we will make others happy. Ahmed maintains that happiness is a promise that directs us toward certain life choices and away from others. Happiness is promised to those willing to live their lives in the right way. Ahmed draws on the intellectual history of happiness, from classical accounts of ethics as the good life, through seventeenth-century writings on affect and the passions, eighteenth-century debates on virtue and education, and nineteenth-century utilitarianism. She engages with feminist, antiracist, and queer critics who have shown how happiness is used to justify social oppression, and how challenging oppression causes unhappiness. Reading novels and films including_ Mrs. Dalloway_, _The Well of Loneliness_, _Bend It Like Beckham_, and _Children of Men_, Ahmed considers the plight of the figures who challenge and are challenged by the attribution of happiness to particular objects or social ideals: the feminist killjoy, the unhappy queer, the angry black woman, and the melancholic migrant. Through her readings she raises critical questions about the moral order imposed by the injunction to be happy. (shrink)

EDITOR’ ABSTRACTLi Aiyong starts from a thorough analysis of the academic background, theories, and approaches of New Qing History. This suggests that its emergence in North America and the controversy it continues to cause in China have to be understood within the respective academic traditions and cultural environments and calls on Chinese academia to actively impact the writing of Qing history overseas.

Moral principles or the rules of conduct are based in the society. If the purpose of ethics in research is to take into consideration the needs and the rights of the experimental subject, his social milieu must then largely determine the ethical considerations of a projected study. The inability to comprehend such rights may often be due to ignorance, disease and his societal values. Blood letting, biopsy and post-mortem examinations may so conflict with local beliefs that so called 'consent' to (...) these is much more than a surrender of the rights of the individual. It is difficult to conform with the highest principles of ethics in research in any uniform society. It is more so when the many variables are further complicated by cultural demands and social taboos. The best custodians of ethical standards must relate intimately with the norms of the local population. (shrink)

This paper is an attempt to articulate an African (Igbo) conception of space and time. Igbo terms and phrases are explained in light of their traditional, non-European cultural and linguistic background. Care is taken to present a distinctively African account, not a neo-colonial one. The African conceptions of space and time account for some African beliefs and practices regarding causality, including such widely misunderstood phenomena as divination, the “medicine man,” and “magic.”.

By insisting on the importance of materiality, this volume breaks new ground in philosophy, feminist theory, cultural studies, science studies, and other fields where the body and nature collide.

Il problema apparentemente insolubile di una giustificazione non circolare dell’induzione diverrebbe più abbordabile se invece di chiederci solo cosa ci assicura che un fenomeno osservato si riprodurrà in modo uguale in un numero potenzialmente infinito di casi futuri, ci chiedessimo anche come si spiega che esso si sia manifestato fin qui in modo identico e senza eccezioni in un numero di casi finito ma assai alto. E’ questa l’idea della giustificazione abduttiva dell’induzione, avanzata in forme diverse da Armstrong, Foster e (...) BonJour: serie talmente regolari di fenomeni sono da un punto di vista logico talmente improbabili che se il mondo fosse puramente casuale (se cioè gli eventi si presentassero con frequenza proporzionale alla loro probabilità logica) esse non potrebbero verificarsi se non per una coincidenza miracolosa. Pertanto, tali regolarità si spiegano solo assumendo che siano prodotte da meccanismi o necessità nomiche; ma se questo è il caso, è corretto concludere che tali regolarità persisteranno anche in futuro senza eccezioni, e dunque le inferenze induttive su di esse sono giustificate. Anche Kornblith argomenta dall’effettivo successo delle inferenze induttive all’esistenza di regolarità oggettive in natura; mentre Sankey parte dall’ uniformità della natura per giustificare l’induzione. Congiungendo le due argomentazioni, dunque, si ottiene di nuovo una giustificazione dell’induzione in base all’argomento del “se non è un miracolo …”. Un ostacolo su questa via è specificare in che senso la natura sia uniforme (dato che ovviamente non lo è in ogni suo aspetto) e di quali regolarità possiamo aspettarci che persistano senza eccezione anche in futuro (dato che evidentemente non tutte lo fanno: l’acqua non bolle sempre a 100°, la pressione non è sempre funzione della temperatura, e così via). Entrano qui in gioco le conoscenze di sfondo e la ripetizione delle osservazioni in condizioni diverse, che ci mostrano quali circostanze siano rilevanti al verificarsi del fenomeno dato. In tal modo, le nostre descrizioni delle regolarità naturali convergono su descrizioni che specificano sia le condizioni individualmente necessarie e congiuntamente sufficienti, sia tutti gli argomenti delle funzioni che costituiscono tali regolarità. Ciò consente di formulare i principi di Uniformità della Natura e di Induzione in modo non generico (e dunque, a seconda della formulazione, vuoto o eccessivo), ma circostanziato: così essi asseriscono, rispettivamente, che la natura è uniforme negli aspetti evidenziati dalle descrizioni su cui convergiamo grazie alle osservazioni ripetute, e che solo queste descrizioni possono essere induttivamente generalizzate. Ciò consente anche di risolvere enigmi alla Goodman, quali: poiché le osservazioni ci hanno mostrato (solo) il verificarsi di una data regolarità fino al momento presente t, come possiamo presumere che essa si verificherà anche dopo t? La risposta è che osservazioni e conoscenza di sfondo non ci dicono che vi sia alcun limite temporale tra le condizioni necessarie della regolarità data. (shrink)

Italy is one of the European countries with the highest levels of gender inequalities (World Economic Forum 2011). The aims of this paper were to understand to what extent the well-documented gender gap in Italian adult society has an impact on both political and civic actions of younger generations, and whether the process of participation assumes specific features according to gender. 835 Italian participants (49.6% males; 50.4% female, aged from 16 to 26 years old; 20% under voting age) completed a (...) self-administered questionnaire. Analyses confirmed general trends (voting at elections is the most frequently performed political action among Italian youth) and showed the existence of a small gender gap (a major orientation of young women toward civic action, while young men are more engaged in manifest political participation). The results confirmed that family cultural capital and normative support are significant predictors of political participation, in particular for girls and young women. (shrink)

https://revistes.uab.cat/enrahonar/article/view/v40-villagrasa.

Enesidemo ha sido considerado, tradicionalmente, como figura mediadora entre el escepticismo pirroniano y el escepticismo académico. En el Códice 212 de su Bibliotheca, Focio proporciona alguna infonnación fundamental para reconocer a Enesidemo como figura clave del escepticismo entre Timón de Filunte y Sexto Empírico. Así, es corriente hablar de la pertenencia de Enesidemo a la academia platónica, y de su separación, cuando Filón de Larisa y su sucesor Clitx5maco empiezan a renunciar a los principios académicos y adoptan principios estoicos2, A (...) partir de aquí es corriente concluir que trabajaba por restaurar cierta originalidad de la especulación filosófica, basada en Pirrón, frente a todo el trabajo de reflexión y de análisis que él mismo había realizado en la academia en contra de los dogmáticos estoicos. La hipótesis de este artículo rompe esta ortodoxa interpretachin. Enesidemo es el primero en recuperar sistemáticamente los presupuestos del pensamiento pirroniano, generando un movimiento desconocido como tal hasta ese momento, el pirronismo shrink)

Ser modern és ser racionalista. Aquest llibre repassa amb detall les tesis de Descartes, la seva relació amb els contemporanis i les conseqüències de les seves teories.

Based on the ongoing work of the agenda-setting Future of Minority Studies national research project, Identity Politics Reconsidered reconceptualizes the scholarly and political significance of social identity. It focuses on the deployment of “identity” within ethnic-, women’s-, disability-, and gay and lesbian studies in order to stimulate discussion about issues that are simultaneously theoretical and practical, ranging from ethics and epistemology to political theory and pedagogical practice. This collection of powerful essays by both well-known and emerging scholars offers original answers (...) to questions concerning the analytical legitimacy of “identity” and “experience,” and the relationships among cultural autonomy, moral universalism, and progressive politics. (shrink)

El presente artículo versa sobre el lugar que el cuerpo propio desempeña en la configuración de la identidad personal según Gabriel Marcel. Se intenta plantear el tema de la identidad y el lugar que en ella ocupa la polémica relación entre yo y mi cuerpo, teniendo en cuenta la situación actual de este debate y mostrando con ello las señas de identidad de una sociedad que vive con vehemencia el proyecto de ser uno mismo y la relación entre el ser (...) y el cuerpo. (shrink)

Contrary to some recent self-styled “linguistic pragmatists” who seek to dispense with the purportedly obsolete term “experience”. this essay attempts to show that pragmatism cannot cogently dispense with experience, understanding that term in its Deweyan sense as “culture” and not some sort of mentalistic perception or state. Focusing on Robert Brandom’s recent Perspectives on Pragmatism, I show how the very assumptions that Dewey meant to call into question with his “instrumentalist turn” in 1903 are enshrined in Brandom’s “new and improved” (...) form of pragmatism. Judged in terms of its pragmatic consequences, Brandom’s linguistic pragmatism returns to the well trodden paths and problems of analytic philosophy and not the radical approach that Dewey’s “cultural naturalism” (Dewey’s name for his philosophy) offers. The fundamental issue is not, I contend, between types of pragmatism at all but between conceptions of human nature and what a human life is. John Stuart Mill once said of Bentham that, for an empiricist, he had really very little experience, especially of human nature. I am afraid that the same judgment here is passed on those wishing to dispense with experience and somehow retain pragmatism. (shrink)

This study defines the relationship between humanism and liberalism by comparing the two Victorian figures who were most concerned with the preservation of humanistic values in a free and democratic society: Matthew Arnold and John Stuart Mill. The book sets apart Arnold and Mill from their contemporaries and points out their similarities to one another in discussions of their theories of history, poetry, their celebration of the contemplative life and their willingness to welcome democracy. At the same time it examines (...) the differences between the two men, which he uses to create a dialogue between humanism and liberalism on the question of how a high cultural ideal can be realized in democratic society. (shrink)

Avant-garde theatre is often invoked as the bellwether for a society that has become postdramatic – fragmented, alienated, and critical of efforts to create collectively shared meanings. A theatre whose sequenced actions have no narrative (so the story goes) mirrors a social world where the most conflictual situations no longer appear as drama but merely as spectacle: a society where audiences look on without any feeling or connection. Because only half right, these theses about postdramatic theatre and society are fundamentally (...) wrong. As modern societies have expanded and differentiated, the elements that compose performances have become separated and often fragmented in both theatre and society. If they can be brought back together again, performances are viewed as authentic and meaningful. If (re)fusion cannot be achieved, performances fail to communicate meaning. The aim of this essay is to demonstrate that a shared ambition to (re)fuse fragmented performative elements has defined the most important strain of avant-garde theatre over the last two centuries. Most radical theatrical innovation has sought to open live drama back up to the telos of myth and ritual. Neither in theatre nor social life can the world transcend dramaturgy; it is fundamental to the search for meaning in a world beyond cosmological religion. (shrink)

At least since the late nineteenth century, toy chemistry sets have featured in standard scripts of the achievement of eminence in science, and they remain important in constructions of scientific identity. Using a selection of these toys manufactured in Britain and the United States, and with particular reference to the two dominant American brands, Gilbert and Chemcraft, this paper suggests that early twentieth-century chemistry sets were rooted in overlapping Victorian traditions of entertainment magic and scientific recreations. As chemistry set marketing (...) copy gradually reoriented towards emphasising scientific modernity, citizenship, discipline and educational value, pre-twentieth-century traditions were subsumed within domestic—and specifically masculine—tropes. These developments in branding strategies point to transformations in both users’ engagement with their chemistry sets and the role of scientific toys in domestic play. The chemistry set serves here as a useful tool for measuring cultural change and lay engagement with chemistry.Keywords: Chemistry sets; Advertising; Gender; Magic; Toys. (shrink)

This paper discusses thepractical impact of a non-materialistic cultureon sustainable farm management.Two elements are discussed: first, how deeplyrooted religion is in this culture; second,the feasibility of using both human knowledgeand experience, so-called tradition and divineguidance in management. Finally, theimplications of the fusion of these twoelements are drawn. The outcome is thecapability of man to integrate ethical valuesinto decisions and actions. This integration,when applied by skilled farmers, leads to amanagement of natural resources in analtruistic fashion and not merely to economicends. Moreover, (...) it makes agriculture meaningfuland sustainable. (shrink)

The contemporary use of the term ‘complexity’ frequently indicates that it is considered a unified concept. This may lead to a neglect of the range of different theories that deal with the implications related to the notion of complexity. This paper, integrating both the English and the Latin traditions of research associated with this notion, suggests a more nuanced use of the term, thereby avoiding simplification of the concept to some of its dominant expressions only. The paper further explores the (...) etymology of ‘complexity’ and offers a chronological presentation of three generations of theories that have shaped its uses; the epistemic and socio‐cultural roots of these theories are also introduced. From an epistemological point of view, this reflection sheds light on the competing interpretations underlying the definition of what is considered as complex. Also, from an anthropological perspective it considers both the emancipatory as well as the alienating dimensions of complexity. Based on the highlighted ambiguities, the paper suggests in conclusion that contributions grounded in contemporary theories related to complexity, as well as critical appraisals of their epistemological and ethical legitimacy, need to follow the recursive feedback loops and dynamics that they constitute. In doing so, researchers and practitioners in education should consider their own practice as a learning process that does not require the reduction of the antagonisms and the complementarities that shape its own complexity. (shrink)

Canada is one of the few countries in the world—China is another—that has decriminalized abortion. In Canada, there are no legislative or judicial restrictions whatsoever on abortion: When, where, and under what circumstances abortions can be performed are all unregulated. In sharp contrast, abortion is generally illegal in South American and predominantly Catholic countries, as well as in African and Muslim countries. And the countries that do allow legal abortions, including most in Europe along with America, Australia, and Russia, typically (...) permit it only up to a certain time or make it subject to circumstances such as risk to the woman. In what follows we will first explain how Canada came to decriminalize abortion and then go on to assess that position from an ethical point of view. (shrink)

Moral philosophers, legal theorists, and psychologists who study moral judgment are remarkably agreed in prescribing how to blame people. A blameworthy act occurs when an actor intentionally, negligently or recklessly causes foreseen, or foreseeable, harmful consequences without any compelling mitigating or extenuating circumstances. This simple formulation conveniently forestalls intricacies about how to construe concepts such as will, causation, foresight, and mitigation, but putting that aside for the moment, it seems fair to say that blame “professionals” share compatible conceptions of how (...) to make fair and rational blame ascriptions. Blame “amateurs,” on the other hand, sometimes stretch these rational prescriptions for blame beyond the breaking point. Numerous psychological studies on blame and responsibility, as well as the perplexing outcomes of high-profile criminal and civil trials, demonstrate that everyday blamers are capable of violating virtually every rational prescription that moral philosophers, legal scholars, and rational decision theorists hold dear. (shrink)

SummaryThis study focuses on the cultural and political context from which stemmed the French translation of the British Merchant. The paratextual and macrostructural interventions that characterised Le négotiant anglois clearly demonstrate that the translator, Véron de Forbonnais, used his work to set out his own epistemological method and his way of looking at inter-state relations. With the book, Forbonnais had distanced himself from Gournay by rejecting the idea that in order for France to prosper in a situation of international competition (...) the government needed to adopt a muscular strategy that included the adoption of a navigation act modelled on the one enacted by Britain in 1660. At the same time, Forbonnais warned French decision-makers that signing commercial treaties with the maritime powers might also be prejudicial to national economic interests. Forbonnais supplied qualified French readers not only with an annotated edition of the British Merchant but also with a translation of Davenant's Of the Use of Political Arithmetick. In so doing, he proposed to his audience a type of governance based on a competent use of statistics. In conclusion, I will argue that in Le négotiant anglois Forbonnais anticipated the key political and economical tenets of his project of ‘monarchie commerçante’, which he later set out in the Principes et observations æconomiques in order to counter the rise of the epistemology and plans for a ‘royaume agricole’ put forward by the physiocratic movement. (shrink)

Svijest o tehničkoj reproduktibilnosti umjetničkog djela povela nas je iz područja promišljanja umjetničkog djela prema estetizaciji svakodnevice , društvu spektakla, mekdonaldizaciji i diznijevskoj amerikanizaciji kulture cijeloga svijeta.Umnažanje je postalo ponavljanje koje zavodi, odnosno uspostavlja nove odnose kulturne i svake druge ovisnosti. Pokazalo se da u svijetu »množina« vladaju zakonitosti koje određuju današnjeg čovjeka više nego je to filozofija spremna detektirati. Snaga i uvjerljivost epa danas je sadržana u malim sloganima, uz pomoć kojih se upravlja javnim mnijenjem i masama massmedijski oblikovanih (...) potrošača informacija. Slogani su sonde pomoću kojih globalne korporacije osvajaju strukture mišljenja i govora. Umnažanje reklamnih poruka, političkih slogana, ratnohuškačkih rečenica i spektakularnih ispraznosti – završava u copy/paste kulturi, koja, nesvjesna mehanizama i tehnologija, polako ali sigurno počinje zauzimati mjesto na policama dućana globalnih trgovaca. McLuhanovo djelo "Mechanical Bride" prvo je na ozbiljan način promišljalo značenje koje naizgled obični reklamni slogani mogu imati na oblikovanje svjesne i nesvjesne pozicije potrošača. Analizom njegova pristupa u ovom manje poznatom djelu te usporedbom s nekim indikativnim suvremenim pojavama hrvatske i svjetske javnosti – ocrtava se kontekst kojega suvremeno filozofijsko mišljenje ne smije ispustiti iz vida.The awareness about the reproductiveness of artwork led us from the field of discussion about artwork to the aesthetization of the everyday , to a society of spectacles, to McDonaldization and the Disneyesque Americanization of the entire world culture.Multiplication became a seductive repetition, setting up new relations of cultural and other addiction. It seems that in a world of “plurals” there are laws that define today’s man more than philosophy is prepared to detect. The strength and convincingness of epics is sublimated into little slogans, used to manipulate public opinion and hordes of information consumers shaped by the mass media. Slogans are really probes with which global corporations conquer the structures of opinion and speech. The multiplication of advertising messages, political slogans, warmongering sentences and spectacular meaninglessness – ends up in a copy/paste culture, which is, unaware of mechanisms and technologies, slowly but surely starting to take its place on the store-shelves of global marketers. McLuhan’s work "Mechanical Bride" was the first to seriously consider the meaning that the seemingly common advertising slogans can have for the shaping of a conscious and unconscious position of the consumers. By analyzing his approach in this less known work and comparing it with certain suggestive modern phenomena in the Croatian and world public – we outline a context, which should not be eft out of the sight of the modern philosophic thought. (shrink)