Trata-se de discutir a centralidade do trabalho como categoria de reconhecimento através da problematização de sua natureza disciplinar. Isto nos levará a um duplo movimento: primeiro, a categoria de trabalho em Marx será relida à luz não apenas da temática da espoliação econômica da mais-valia, mas também da espoliação psíquica das relações de estranhamento entre sujeito e objeto; segundo, as modificações recentes no mundo do trabalho e as modalidades de sofrimento psíquico a elas associadas serão interpretadas a partir do impacto (...) social de tal forma de espoliação. (shrink)

Este livro é o resultado do II Encontro Nacional de Pesquisadores em Filosofia e Psicanálise, realizado em 2006 na Universidade de São Paulo, e reúne vários pesquisadores em torno de três temas - a filosofia após Freud, os problemas ...

Este artigo analisa o conceito de fetichismo no interior da filosofia da música adorniana, a fim de mostrar como ele visa dar conta de uma ampla crítica aos processos de racionalização do material musical na modernidade ocidental. Para que o teor da crítica seja medido de maneira correta, devemos perceber como, no conceito adorniano de "fetichismo", convergem deliberadamente motivos de suas tradições de crítica ao fetichismo: a marxista e a psicanalítica. Tal estratégia nos permitirá compreender a razão pela qual o (...) conceito de mimesis é resgatado enquanto dispositivo de crítica ao fetichismo. (shrink)

Trata-se de abordar o problema da teoria hegeliana da linguagem a partir do ponto onde pragmática e ontologia se articulam. Isto exige uma reflexão sobre a maneira com que Hegel organiza as dinâmicas da pragmática da linguagem levando em conta os modos de manifestação de uma negação ontológica no interior do campo de experiências lingüísticas da consciência.

trata-se de discutir as relações entre a constituição da paranoia como categoria clínica e experiências estético-sociais de crise. Esta é uma maneira de se perguntar sobre as relações que categorias clínicas tecem com processos e valores advindos dos campos da política e da estética.

O alfabeto deste livro não segue uma ordenação típica. Em vez disso, ele percorre um caminho de colisões, da escrita do que se entrega só como espanto e impacto. Trata-se de uma amostra da vasta produção de Vladimir Safatle, feita de fragmentos, suas “escritas em farrapos” que misturam as muitas facetas de seu pensamento – política, ética, psicanálise, estética, filosofia, crítica cultural. Para quem já acompanha o trabalho de décadas do filósofo, o livro é uma surpresa. O rigor acadêmico (...) de suas outras produções dá lugar a uma escrita de tateamento, com certo componente lúdico que nos leva a uma espécie de ensaísmo de pequenas formas. Para quem está pouco familiarizado com essa produção, a obra é um generoso convite a conhecê-la. (shrink)

Trata-se de analisar os usos da racionalidade mimética em Jacques Lacan e Theodor Adorno, isto a fim de mostrar como, nos dois casos, encontramos uma estratégia de reflexão sobre a mimesis que a eleva à condição de elemento fundamental para uma teoria do reconhecimento que não se esgote na temática da intersubjetividade. Neste sentido, este estudo insere-se em uma pesquisa mais ampla a respeito dos modos de aproximação entre psicanálise lacaniana e Escola de Frankfurt no que diz respeito ao problema (...) dos destinos da categoria de sujeito e dos processos de reconhecimento. (shrink)

O artigo visa discutir formas de pensar o conceito de liberdade para além de sua submissão às figuras da autonomia. O objetivo é avaliar a necessidade e pertinência de pensarmos, em nosso contexto sócio-histórico, a liberdade como heteronomia sem servidão. Conceito este que nasce da crítica à elevação do paradigma do auto-pertencimento a condição de via única para a definição da liberdade.

Trata-se de abordar o problema da teoria hegeliana da linguagem a partir do ponto onde pragmática e ontologia se articulam. Isto exige uma reflexão sobre a maneira com que Hegel organiza as dinâmicas da pragmática da linguagem levando em conta os modos de manifestação de uma negação ontológica no interior do campo de experiências lingüísticas da consciência.

The aim of this article is to discuss the role of psychoanalysis in a reconstruction of a social critique based in a critique of reason. This requires an operation able to expose social critique as a critique of hegemonical forms of life. Such forms of life are orientated by claims of rationality that are presents in material practices, ways modes of social interaction and institutions.

ResumoEste artigo procura discutir a possibilidade de uma biopolítica que não seja apenas a descrição dos mecanismos disciplinares de administração dos corpos e de gestão calculista da vida, mas possa fornecer um fundamento para a crítica social do capitalismo contemporâneo. Para tanto, trata-se de derivá-la do vita lismo de Georges Canguilhem e de suas discussões a respeito da normatividade vital, das relações entre o normal e o patológico e da errância própria à atividade vital. Ao fim desse processo, veremos como (...) a processualidade interna ao conceito de vida poderá aparecer como fator determinante para a reorientação do pensamento crítico e de uma teoria sobre o conceito de norma.This article aims to discuss the possibility of a bio-political approach that wouldn't be just the description of disciplinary mechanisms of bodies' administration and the calculating administration of life, but that could provide the ground for a social criticism of contemporary capitalism. This bio-political approach is derived from Georges Canguilhem's vitalism with its discussions about vital normativity, the relationship between normal and pathological and the characteristic errancy of vital activity. At the end, we will see how the inner process of the concept of life could appear as a major strategy for the reorientation of critical thought and a theory on the concept of norms. (shrink)

This paper is a defence of Lacan’s ontological interpretation of Freud’s theory of drive or instinct as being compatible with certain aspects in the way which Freud deals with the problem of drive or instinct in his own theory. According to Lacan, a negative ontology is the necessary compliment to Freud’s own considerations.

Trata-se de discutir a maneira com que as representações do corpo no cinema de David Cronenberg indicam uma dissociação importante entre gozo e prazer. Tal dissociação deve ser avaliada em sua dimensão propriamente política, abrindo com isso outra dimensão para aquilo que normalmente entendemos por “crítica do fetichismo”.

This book aims to recover the disruptive nature of the dialectical tradition by means of a severe critique of the dominance of an anthropology of the individual identity in contemporary theories of recognition. This critique implies a thorough rethinking of basic concepts such as desire, negativity, will and drive, with Hegel, Lacan and Adorno being our main guides."--Back cover.

This article aims to discuss the gestural character of Chopin’s pianistic writing. We will focus on the set of Etudes pour piano. We expect to show how the notion of musical expression in Romanticism is dependent of a notion of expressive body always in the limit of decomposition. This could show us how musical expression is a privileged space for a better understanding of the dialectical relationship between form and formless.

Many of the seemingly bland assertions and bald statements of the eighteenth-century philosopher David Hume contain more than the mind immediately perceives. Author John Valdimir Price contends that an understanding of Hume's writings cannot be separated from an understanding of his life. By examining the works of Hume, Price shows the way in which an ironic way of seeing events and an ironic mode of expression permeated Hume's life and writings. Price examines Hume's irony as it is exhibited in (...) letters to his friends and in his writings concerned with morality, people, philosophy, politics, history, and above all religion. Hume's opinions on life in general are stated in works ranging from the Treatise of Human Nature and the Essays, Moral and Political, through the Enquiry concerning Human Understanding and the Enquiry concerning Principles of Morals, to the Dialogue and Four Dissertations of his maturity. Price feels that Hume's recognition of the ironic in life came about from his perception of the disproportion between human hopes and human accomplishments. The rhetorical consequences of applying reason to a duality in human nature creates the ironic mode. Hume conceived man's opposing tendencies as his willingness to commit himself orally to a concept, a dogma, an idea, or an ideology, and his unwillingness to involve himself in the logical and rhetorical implications of articulating those principles. Hume's use of the ironic mode in his writings provides him with a means of challenging certain dogmatic assumptions common to thought, particularly to traditional religious thought; it acts as a mask for his sceptical intentions, and it is an implied criticism of many ideas. In his political writing, Hume frequently implied that the question under argument was almost too ridiculous to deserve serious treatment. This tactic was effectively employed in the Account of Stewart, in which Hume came to the defense of a friend. In his most profitable venture, the History of England, Hume not only used irony to advantage, but developed a new approach to the writing of history—the use of narrative. He presented history as a series of more or less connected events, not as a series of "right" or "wrong" attitudes. The author believes that Hume's initial religious scepticism, combined with the predominant satiric-ironic mode in the literature of his time, led him to seek irony as a method of self expression. This scepticism, which permeated all of Hume's attitudes toward life, reached its most complete expression in the Dialogues concerning Natural Religion, which accepted reason as its guide, but also accepted experience as its master. (shrink)

This article aims to discuss the aesthetic autonomy as a model for social emancipation. It starts from the contemporary challenges for the defense of aesthetic autonomy, using autonomy for criticizing discourses that seems to sustain a possible conciliation between life and art that not take into account the problems resulting from the connection between culture and capitalistic production.

Provides in-depth analysis of the life, works, career, and critical importance of David Hume.

First published in 1995. Routledge is an imprint of Taylor & Francis, an informa company.

This is a comprehensive reference source on 18th-century authors writing in the English language about philosophical ideas and issues. It features authors taken from 1689 through to the mid-19th century, the period beginning with John Locke and ending with Dugald Stewart. The word philosophical is used in a wide, 18th-century sense. Therefore, the Dictionary includes epistemology, ethics, aesthetics, education, politics, rhetoric, science, medicine, biology, geology, chemistry and theology.

This is a conversation that took place at Dr. Vladimir Safatle’s São Paulo home on 16 February, 2019, during Dr. Samir Gandesha’s time as a Visiting Professor at the Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas -FFLCH-USP. It addresses the South American roots of the authoritarian Neoliberalism that has now become a truly global phenomenon.

Esta contribuição tem por intuito apresentar duas críticas feitas à teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Primeiramente, será exposta a crítica feita por Jacques Rancière em Recognition or disagreement às concepções de “reconhecimento” e “luta por reconhecimento” honnethianas. Mostrar-se-á em que medida, para Rancière, tais concepções, podendo ser entendidas como “identitaristas” e pressupondo uma noção de relações sociais marcadas por reciprocidade ou simetria, fracassariam na reivindicação por “uma forma mais larga de universalismo”. Em seguida, será apresentada a crítica de (...) class='Hi'>Safatle à concepção de reconhecimento honnethiana, sobretudo a partir da argumentação desenvolvida em Grande Hotel Abismo. Buscar-se-á mostrar como Safatle, contrapondo-se a Honneth, propõe um retorno a Hegel para defender uma concepção de reconhecimento na qual o “outro” não deve ser entendido meramente como uma outra consciência-de-si dotada de um sistema de interesses próprio, mas como “uma alteridade mais profunda” – o que implicaria no entendimento da confrontação com o elemento do indeterminado ou do negativo como uma experiência fundamental no processo de formação da identidade. (shrink)

O livro de Vladimir Safatle Cinismo e Falência da Crítica (6 capítulos, 216 páginas) procura realizar um diagnóstico da realidade contemporânea apontando para a noção de cinismo como chave conceitual capaz de amarrar os vários campos do saber, desde a política até as artes passando pela psicanálise.

« Dans cet article, nous tenterons d’interpréter la notion controversée de musique populaire brésilienne en tant que concept porteur d’un contenu à la fois utopique et idéologique, en nous appuyant sur le concept d’idéologie dans la pensée de Marx et d’Adorno, ainsi que sur une intuition du philosophe brésilien Vladimir Safatle. Notre hypothèse est la suivante : la musique populaire brésilienne, portée par un mouvement dialectique, a changé de paradigme tout au long du xx e siècle, avec la samba, (...) la bossa-nova et la musique populaire brésilienne ( mpb ) comme paradigmes successifs. Il s’agit alors d’identifier les changements du contenu utopique et idéologique de la musique brésilienne en fonction des mouvements de l’histoire du pays. Enfin, nous conclurons par une hypothèse sur notre époque actuelle, sur la crise de la musique populaire brésilienne et de son concept.». (shrink)

In lieu of an abstract, here is a brief excerpt of the content:Reviewed by:The Dictionary of Eighteenth-Century British PhilosophersHeiner F. KlemmeJohn W. Yolton, John Valdimir Price, John Stephens, general editors. The Dictionary of Eighteenth-Century British Philosophers. Vols. 1, 2. Bristol: Thoemmes Press, 1999. Pp. xxiii + 1,013. Cloth, $550.00.Good dictionaries are like good maps of a city: they indicate the main and minor quarters, give you an impression of its internal developments, and they indicate to where its highways eventually (...) lead. In philosophy, comprehensive subject dictionaries have a long history, and they do seem to experience a revival these days. To be sure, the lives and works of the leading figures of the history of ideas are generally well explored and documented. We even know which French dishes Hume liked to cook or which types of wine Kant preferred. But the lives and works of lesser known philosophers and men of letters still seem to be more or less neglected. The Dictionary of Eighteenth-Century British Philosophers fills this gap for the period and the subject it covers. It comprises entries on almost six hundred persons as well as a number of entries on anonymous works. The work of close to a hundred scholars from several countries, it is unique in its attempt to bring together in two extensive volumes all minor and major British philosophers of the period between John Locke and Dugald Stewart. Since "British" is to be understood in a broad sense meaning authors who lived under British rule, it also includes Americans writing before 1776, Irish philosophers (like George Berkeley) and the French thinker Pierre Desmaizeaux, who lived and worked for a long period in Britain. Nor is the Dictionary restricted to philosophers in today's sense of the word, comprising entries on people who made in one way or the other a contribution to the history of ideas, even if their contributions are of marginal importance. Besides historians, poets, translators, mathematicians and physicists, dissenting ministers and physicians are well represented.In almost all cases, the selection makes sense. The boundaries between philosophy and, say, natural sciences were not as nicely drawn in the eighteenth century as they are today. But there are a few entries where one might wonder whether the subject's work had any specific philosophical importance or influence at all, as for example: Charles Burnet, author of a history of music; John Ellicott, who wrote on Electricity, and Thomas Innes, who published in 1729 a book on "Ancient Inhabitants on the Northern Parts of Britain or Scotland." One might also wonder if Gaelic scholar Beg Eolach Moidhach would appreciate being remembered today as a British philosopher.The length of the entries varies from several lines to up to seven pages. Generally, each entry gives the details of the life and work of the person covered, provides a bibliography of his or her main works, references to "other relevant works," and a section of "further reading." While the larger entries are naturally devoted to the better known figures, most of the authors dealt with in the minor sections cannot complain either. In many cases, information about the life and work of these minor authors is scarce and the entries are useful for this reason alone. But unfortunately, there are also cases in which essential references to "classical" biographical accounts are not listed in the bibliography, like Williams Smellie´s account of James Gregory or George Skene Keith´s biography of John Campbell.The entries on Lord Kames and George Turnbull lay, as far as their length is [End Page 282] concerned, somewhere in the middle between the shorter and longer contributions. They nevertheless are highly informative, densely argued, and are good reading. Knud Haakonssen sees in Kames "perhaps the most complete 'Enlightenment man' among the eighteenth-century Scottish thinkers´" because he covers like no other author "the whole spectrum of human knowledge and its applicability to his society" (503). The most philosophical work of Kames is his Essays on the Principles of Morality and Natural Religion (1751). According to Haakonssen, it is important because in it Kames "turns the previous moral-sense criticism of moral scepticism into a refutation of general epistemological scepticism" (504). By arguing that our... (shrink)

Resenha de Em Um com o Impulso, de Vladimir Safatle. O livro trata da emancipação social por meio da estética da arte. O livro parte da crítica da associação tradicional entre autonomia, modernidade, e emancipação social, e divide-se em três partes: a primeira trata da autonomia; a segunda, do sublime; a terceira, da expressão. Soma-se a isto um excerto e a conclusão. A perspectiva geral tem o viés da dialética negativa adorniana vinculada com a psicanálise – viés este bastante (...) conhecido nos trabalhos do autor. (shrink)